Se do Outono ficasse apenas uma folha caída sobre as lajes frescas
Se do Outono ficasse apenas uma folha caída sobre as lajes frescas
Se no Outono se desenhassem feições...
Com gotas de luz abandonadas perante o espanto
E se nada restasse dos dias calcinados pelas pinturas de uma alma
Que a madrugada amou .. como um estátua que se admira a si própria
E se tudo voltasse a ser um gesto que definisse um arrependimento...
Um gesto que vivesse numa pele ressequida pelas aflições do mundo
Então o sol seria um pedaço de ave feita de seda...ou um perdão rude...
Estendido sobre os corpos abandonados...
Transformando os presságios em alquímicas rosas embriagadas
Que enfeitariam o leito dos amantes...
Como carícias faiscantes que se despedem da dor!