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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

É o areal...é a cor do mar insaciável e mole..

Fecho a porta que dá para esse vasto campo da anulação do homem
Para esse formidável inferno que onde as aves batem as asas...sôfregas de humanidade
E do céu descem escadas de linhas verticais...belas...incolores...
Como almas que a lixívia enxovalha...e onde soturnos cabelos negros esvoaçam
Profundamente belos...na sua palidez de paisagem interminável...
Que se abre aos meus olhos..e que se espraia num corpo fresco...
Que a luz da nocturna lua aprofunda...
É o inferno..é uma estátua de dias que se abre para ruas aguadas de brilho
É o areal...é a cor do mar insaciável e mole...
É um interminável charro que queima as horas...
Onde o fumo se eleva...sensível e velhaco...verdadeiro como uma nega de amor...
Que sobe e desce como aves dançando na penumbra das nuvens...

Pela súbita vertigem de um amor impossível...

Uma imaculada surpresa irrompe das casas assombradas pela chuva
Que esvoaça sobre as florestas e sobre todas as frases
Como conversas que riem sob a cacimba das certezas
E que irrigam os sentidos de uma doce dissimulação da paixão
Que debruçada sobre um rosto de alabastro... ri ...bruscamente acordada
Pela súbita vertigem de um amor impossível...

São tristes os olhares que as chuvas não serenam

Flui o tempo pela manhã que se deita sobre a madrugada...
Tapando-a com o seu lençol feito de raios dourados
Uma não pode passar sem a outra...
E tal como as fontes se queixam da seca...
É triste a fronte que exibe a morte...são tristes as olheiras dos dias cansados...
São tristes os olhares que as chuvas não serenam
E se esvaem em lágrimas que desaguam em profundos abismos...

As miragens são realidades que a imaginação desencanta

Pressentia que o tempo era uma folha verde vestida de miragens
Sentou-se de olhos fechados para admirar o fluir das estações
E debruçou-se sobre a sua dor para sentir todos os fins e todos os queixumes
Onde as fontes plantadas à beira das palavras...
Lhe disseram que as miragens são realidades que a imaginação desencanta
E sem as quais o mar seria uma imensa mágoa que se queixa de si própria..