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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Como largos oceanos onde as gaivotas indicam o caminho da terra....

Arrasta-te o cansaço de um corpo devastado pelos gritos negros
Liberta-te no longo sono que se dissipa pelas frestas secas dos amores fatigados
Encontra a noite que grita por ti...que retine em pontos escuros que erram pelos telhados
Frenéticos...arrastados...rangendo em severas caras de mulheres cansadas...
Como largos oceanos onde as gaivotas indicam o caminho da terra....

Deixei que a tua cicatriz me atirasse sobre a glacial queda da tua partida

Nasce a manhã aninhada na luz que passa entre as nuvens comestíveis
Nela me alimento da tempestade da tua ausência
Como uma bússola sem direcção que procura na mão minha vazia...
O desafio de te encontrar no meio do insuportável odor a luz descolorida.
Explodem luzes que viajam pelo universo gelado como dúvidas resplandecentes
Enquanto eu me abandono a uma insónia azul que me defende do amanhecer
Deixei que a tua cicatriz me atirasse sobre a glacial queda da tua partida
Onde nocturnos silêncios cegam a minha alma que se esvaziou como um balão sem sol
Brutalmente atiro-me sobre os ventos glaciais...e tapo os sentidos com músicas coralinas
Depois deito-me com os olhos cheios de pesadelos...
E adormeço enrolado num celofane de tristezas e de vazios orvalhados
E o meu sono é uma queda numa ausência resplandecente
Uma queda num abismo onde aves azuis evoluem.... sinistras...exalando enxofre
E durmo em superficiais Outonos tombados em folhas de pesadelo...
Que só terminará quando tu pousares o teu corpo sob a minha sibilante carícia!

Eis que me chegam os frutos ardentes ...

Eis que me chegam os frutos ardentes ...plenos de desejos
Eis um coração que atravessa um longo túnel açucarado
Onde tudo pára numa deriva de águas furiosas...como fotos de uma lucidez inacabada
Pois os suicídios envergam véus ...vestem camuflados cheios de virgindades
Vergam-se aos rostos numa metamorfose de coincidências...
Escoam-se como cinzas pelo amanhecer
E nas cidades... o sangue esgota-se nas ruas brancas...


Com nomes de pessoas mortas... plantados nas placas solitárias...