E eu já não desço da noite quente...estou feliz...
Sento-me no degrau pintado de vermelho sangue
Estrondos de loucura caem sobre os meus ombros antigos
E eu já não desço da noite quente...estou feliz...
Fechei-me na ferida que sangra uma perturbante ânsia de prolongar a noite
Como se águas mascaradas de chão passassem por mim em rasgadas fúrias
E vómitos de enxofre perturbado me chegassem aos ouvidos
Como crimes comestíveis que florescem debaixo dos meus pés
Salto sobre todas as feridas e sobre todos os desamparos
Exalo lentamente um último fôlego frenético e fluorescente...
E caio desamparadamente dentro de um vulcão de palavras...
Que descansam no meu rosto espantado pelas auroras boreais...
Enquanto a minha cabeça roda pelos restos de silêncios vomitados
Silêncios bebidos numa sórdida tasca que cheirava a fulcrais dias de insanidade..