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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Que a nossa noite cobria com mágicas plumas...de sussurros encantados!

Possuías uma paisagem serena desenrolando-se sob as tuas pálpebras roxas
Sentias que o teu respirar de chumbo...segurava o vazio das tuas mãos sem reflexo
Escorregava do ar um sufoco de poeira...que refulgia no ardor da contraluz
Tinhas as veias pintadas de amarelo...como uma montra irreconhecível...
E amavas as constelações de flores que resplandeciam na noite estrelada
O teu interior exalava uma claridade que te devorava os contornos perfeitos
E a tua boca sufocante rodava lentamente em torno da minha pele
Não havia vazio nem corria vento..era apenas um excesso de sol pintado no olhar...
Tu devoravas-me...e eu..fechei os olhos...como se me esvaziasse num pátio de amores
Onde não havia piedade para os corações...porque eles ardiam num labirinto de excessos
Eles viam paisagens e astros estremunhados por noites de espasmos
E nós...peregrinos numa trepidante constelação de estrelícias floridas
Buscávamos mutuamente os nossos lábios alucinados...
Como pássaros num bailado impregnado de odores embriagantes...
Que a nossa noite cobria com mágicas plumas...de sussurros encantados!

Amanheceu ...sem saber como...num quarto povoado de sonhos...

Era como um pássaro enleado em agudos horizontes
Pintava-se numa simulação de sangue feito de jacintos amarelos
E gostava de povoar os dias com nuvens de pó de arroz
E na cara nasciam orquídeas que simulavam avenidas incompreensíveis
Espreguiçava-se indiferente aos dementes entardeceres
Gostava de enfeitar com flores a sua própria sombra...
Como se fosse uma máscara latejante vestida de um branco imaculado
Da sua mão saíam cidades feitas de leite...asfaltos complicados...frescas feridas na alma
Era uma ave povoada de corpos... que cresciam sobre geométricas figuras crepusculares
Que carregavam labirínticas penumbras periféricas...
Onde respiravam paisagens feitas de homens esfaqueados pelo entardecer
Simulava...sim...simulava iluminações de belezas dementes...
Como portos sem barcos latejando numa tenebrosa noite
Era a flor bordada na toalha de mesa que engana a fome fosforescente
Era o dançar de um bailarino esquecido...que inventa a sua coreografia sem nexo...
Até que a cidade lhe atirou flores contra os olhos fechados...
E amanheceu ...sem saber como...num quarto povoado de sonhos...
Que espantados olhavam de soslaio a folha de papel branca e vazia...
Bordada de solidão...

Amanheceu ...sem saber como...num quarto povoado de sonhos...

Era como um pássaro enleado em agudos horizontes
Pintava-se numa simulação de sangue feito de jacintos amarelos
E gostava de povoar os dias com nuvens de pó de arroz
E na cara nasciam orquídeas que simulavam avenidas incompreensíveis
Espreguiçava-se indiferente aos dementes entardeceres
Gostava de enfeitar com flores a sua própria sombra...
Como se fosse uma máscara latejante vestida de um branco imaculado
Da sua mão saíam cidades feitas de leite...asfaltos complicados...frescas feridas na alma
Era uma ave povoada de corpos... que cresciam sobre geométricas figuras crepusculares
Que carregavam labirínticas penumbras periféricas...
Onde respiravam paisagens feitas de homens esfaqueados pelo entardecer
Simulava...sim...simulava iluminações de belezas dementes...
Como portos sem barcos latejando numa tenebrosa noite
Era a flor bordada na toalha de mesa que engana a fome fosforescente
Era o dançar de um bailarino esquecido...que inventa a sua coreografia sem nexo...
Até que a cidade lhe atirou flores contra os olhos fechados...
E amanheceu ...sem saber como...num quarto povoado de sonhos...
Que espantados olhavam de soslaio a folha de papel branca e vazia...
Bordada de solidão...

Perscruto as memórias como quem passeia por delírios silenciosos...

Passei por ela e só depois a reconheci...
Porque me dividiu em voláteis pós de coral
Que ruíram como feridas que os abutres esgravatavam
Respirei-a sem a sentir...sem saber que fazia uma peregrinação pela dor
Nunca a avistei...fui insensível...como um vegetariano perante a carne...
Mas renasci no dia em que a queimei...em que as minhas entranhas se iluminaram
Em que a venci...mesmo sem saber qual o seu itinerário dentro do meu corpo
Que dor me possuiu? Que dores possuíram os olhos que me viram nessa fuga de mim
Esgravato agora essa noite...que essa paixão mística pela dor... me trouxe
E perscruto as memórias como quem passeia por delírios silenciosos...
Que apenas eu entendi …

E a minha alma adormeça embalada pelo teu nome...

Sou um ácido desesperado... num verão sujo pela dor das manhãs
Em que a dor indizível se liquefaz nas árvores escondidas numa dilacerada pele
Que desespero acredita no lirismo das espingardas enfeitadas com cravos?
Que vapores uivarão nos romances escondidos pela invernia?
Viveremos nós ...um dia... numa camisola de lã imaginária...que nos afugenta o frio?
E as opiniões que adormecem num sofá feito de definitivas desordens de ideias
Quebrarão o silêncio dos lobos cujos uivos são risos humanos?
Não sei...talvez eu sussurre orvalhos de amores desencontrados...
Talvez eu me recolha em olhos dilacerados pelo brilho da neve...
Talvez eu escute as árvores despenteadas pela alvorada ventosa...
Talvez eu adormeça sobre um coração feitos de equinócios
E a minha alma adormeça embalada pelo teu nome...
Suspensa num infinito Natal ...só nosso!