Que a nossa noite cobria com mágicas plumas...de sussurros encantados!
Possuías uma paisagem serena desenrolando-se sob as tuas pálpebras roxas
Sentias que o teu respirar de chumbo...segurava o vazio das tuas mãos sem reflexo
Escorregava do ar um sufoco de poeira...que refulgia no ardor da contraluz
Tinhas as veias pintadas de amarelo...como uma montra irreconhecível...
E amavas as constelações de flores que resplandeciam na noite estrelada
O teu interior exalava uma claridade que te devorava os contornos perfeitos
E a tua boca sufocante rodava lentamente em torno da minha pele
Não havia vazio nem corria vento..era apenas um excesso de sol pintado no olhar...
Tu devoravas-me...e eu..fechei os olhos...como se me esvaziasse num pátio de amores
Onde não havia piedade para os corações...porque eles ardiam num labirinto de excessos
Eles viam paisagens e astros estremunhados por noites de espasmos
E nós...peregrinos numa trepidante constelação de estrelícias floridas
Buscávamos mutuamente os nossos lábios alucinados...
Como pássaros num bailado impregnado de odores embriagantes...
Que a nossa noite cobria com mágicas plumas...de sussurros encantados!