Uma alma florida pelo prazer de ser apenas uma alma...
Um dia parei diante de uma semente... que voava dentro de uns olhos misteriosos
Colhi esse segundo como uma água que envolve o ardor incomensurável do tempo
Era um dia de um branco límpido...onde se misturavam estátuas de serpentes em fogo
Com floridos gelos que escorriam de uma caneta curvada sobre uma escrita purificadora
Era estranho ver o musgo a purificar os ossos... e o sono que amortalhava os astros
Colhia o tempo que descia das cascatas em flor...
Era a transparência das alturas....
Era o sangue dos céus que germinava num voo de olhos aquáticos
Eram as palmeiras que exalavam vinhos licorosos...
E as horas tinham o estranho odor do sangue em fúria...
Sem sangue não há veias que desagúem em lagos onde o corpo se purifica
Sem sangue não há licores de alma rubra...
Uma alma florida pelo prazer de ser apenas uma alma...
Decorada com tecidos que ardem num tempo de seda...