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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Podemos até cometer um crime harmonioso...algo como laminar um pássaro de areia

Pairo sobre a noite num tresloucado reflexo de fogo
Onde ardem borboletas que habitam muros de pedra
Não deixam sinais nem rompem os casulos...são ainda crisálidas ansiosas...
Subitamente vejo o caminho que luz no rosto de uma paisagem solar
Arrastando consigo pássaros que pernoitam debaixo das pontes
Onde os silêncios se acocoram como sexos dilacerados...
E os desamparados debicam crimes em luzes de néon..
Debruço-me sobre esses caminhos contaminados por inacessíveis asfaltos
O meu falo de luz estremece no teu corpo...expande-se nas tuas mãos quentes
E como lume enlouquecido...olho-te como um corpo que quer pernoitar na alucinação
Ergamo-nos do nevoeiro que se veste com cintilações de luzes frias
Façamos do corpo uma insónia líquida...
Dilaceremos as memórias negras com noites sequiosas
Deixemos a saliva escorrer pelos caminhos que conduzem ao prazer
Podemos até cometer um crime harmonioso...algo como laminar um pássaro de areia
Ou beber mel pelos favos de um ninho de vespas
Tudo é possível se não escondermos a seiva enlouquecida pelos abismos
Em todo o lado podemos destroçar as pontes inacessíveis que contaminam os dias
Enquanto lentamente nos deitamos no rosto da areia húmida
E descobrimos que o sol é negro...e o desamparo é lume frio...
E o medo...é uma ave ensanguentada pelas trevas....

Podemos até cometer um crime harmonioso...algo como laminar um pássaro de areia

Pairo sobre a noite num tresloucado reflexo de fogo
Onde ardem borboletas que habitam muros de pedra
Não deixam sinais nem rompem os casulos...são ainda crisálidas ansiosas...
Subitamente vejo o caminho que luz no rosto de uma paisagem solar
Arrastando consigo pássaros que pernoitam debaixo das pontes
Onde os silêncios se acocoram como sexos dilacerados...
E os desamparados debicam crimes em luzes de néon..
Debruço-me sobre esses caminhos contaminados por inacessíveis asfaltos
O meu falo de luz estremece no teu corpo...expande-se nas tuas mãos quentes
E como lume enlouquecido...olho-te como um corpo que quer pernoitar na alucinação
Ergamo-nos do nevoeiro que se veste com cintilações de luzes frias
Façamos do corpo uma insónia líquida...
Dilaceremos as memórias negras com noites sequiosas
Deixemos a saliva escorrer pelos caminhos que conduzem ao prazer
Podemos até cometer um crime harmonioso...algo como laminar um pássaro de areia
Ou beber mel pelos favos de um ninho de vespas
Tudo é possível se não escondermos a seiva enlouquecida pelos abismos
Em todo o lado podemos destroçar as pontes inacessíveis que contaminam os dias
Enquanto lentamente nos deitamos no rosto da areia húmida
E descobrimos que o sol é negro...e o desamparo é lume frio...
E o medo...é uma ave ensanguentada pelas trevas....

Arrasto fragmentos de luzes esmagadas...

Não me importam as palavras e as gentes...não me importa o preço do destino...
Também tu dor... pouco me importas..já não existe o teu odor a terra húmida
Hoje contaram-me que o ar leva a doçura do tempo que arde num lago de gelo
E que a pele é apenas uma fibra sem sentido..que segura o interior da vozes
Sábio é aquele que se move sem sentido...que segura o marulhar da alma
Numa montanha tingida por um dia esférico...
Como um sol que aquece serpentes num adocicado vómito...
Arde o tempo...estrangula-nos a melancolia...
E nós seguramos as cidades nas nossas mãos entrevadas de memórias
Páro...arrasto fragmentos de luzes esmagadas...
E acho que nada vale a pena...que tudo é uma indecisão penosa...
Que as cidades são cascatas de sinais destroçados...
E que não quero mais cheiros de memórias rançosas..
A impregnar os meus dias que pendem sobre o rio..como trevas flutuantes!

Como estátuas sem tempo para viver...

Despeço-me hoje do jardim onde florescem lumes adocicados
Quero esquecer as manhãs e o preço do sangue no interior dos musgos
Já não me importam as palavras...o meu pássaro fugiu de dentro de mim..
Como um inevitável final do destino... onde as precárias palavras viviam...
Vou-me deitar numa cama feita de lírios orvalhados
E descansar do estrangulamento das cidades...vou ficar quieto e acariciar o sol e o ar
Porque hoje é um dia em que a morte é enfeitada com flores rubras
E os corpos cospem ventos azuis...como estátuas sem tempo para viver...

Rindo perdidamente das falsas imagens.

Como delirantes recusas que incendeiam a inconsciência
As águas subiram pelas frestas dos desertos...recusam obedecer aos homens
Querem que as praias se lembrem dos corpos despidos
E que absolvam o sol pelos incêndios que iluminam a glória das manhãs
Venham ventos cheios de lembranças...venham repentinos alísios das profundidades
Desçam profetas das noites cobertas de delírios..absolvam-se os rios e as ruas...
Repousem enternecimentos sobre o refrescante desespero
E que as janelas proclamem dias de sátiros que repousam sobre mentes falsas
Rindo perdidamente das falsas imagens...que retinem nas noites escaldantes

Até que os meus pés nus se abram num abraço feito de espaços floridos

Flexível é a melancolia que atravessa a quietude de um tempo
Dentro do qual um lago gelado conserva pirâmides de mundos magníficos
Mundos onde tudo se afasta dos fragmentos melancólicos que tacteiam um lume lunar
E todas as trevas se escondem da areia que flutua na luz das alturas
Até que os meus pés nus se abram num abraço feito de espaços floridos