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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

E digo-te... que a luz encheu o meu corpo de uma alucinante vontade de amar!


Entorpecido procuro o teu ombro...a tua ténue luz de alabastro...


O teu respirar de ilha sem sombras envolvida em brancos lençóis


Orquídeas perdidas entram pela janela sem sono...estreitas como o fundo de um lago


Perdidas na humidade do teu bafo esfuziante...querem respirar contigo..


Querem separar-te da noite... que sonha nos teus lábios de maré viva


Espio-te..adivinho que sonhas com peixes feitos de ilusões...reflexos de pele húmida...


Que caminham no fundo de um lodoso instante de desespero...


Queres fugir do sonho...fugir dos meus olhos insones...


E eu...abro as flores que florescem na minha saliva feita de espera...amanhece...acordas..


E digo-te... que a luz encheu o meu corpo de uma alucinante vontade de amar!


 

Depois de colhidos todos os ardores ...que flutuaram em redor da nossa loucura!

É a tua pele vestida com sedas arrepiadas
Que procura a minha voz onde flutua o sabor a pêssegos matinais
Vestes-te com arrepios de quentes esmeraldas...
Que são como um fósforo que arde em surdina ...rúbio...
Aceso perante o fulgor do amor imaginado
Sais para a rua e procuras o rio de águas revoltas...
Cravejadas de fascinantes peixes azuis..
Como safiras brilhando sobre luminosidades raras
Em cujas margens me sento a ouvir correr... a ferrugem do nosso nome...apagado...
Pelos estampidos de um vertiginoso desacerto
Que são como arrepios de presépios sem oferendas..
Cheios de gestos inimagináveis com sabor a musgo...
Mas..encontras-me flutuando nos meus restos...
Óleos cobrem-te o corpo branco...e tu escorres para mim...
Chegas como o olho de um furacão repleto de imaginárias delícias
E vens...encontras-me como uma chuva que molha o meu mistério...
Onde eu me embalo... e inundo todo o teu interior...depois...
Preguiças sobre o fumo ácido de um cigarro feito de cardos inacabados
Como os dias em que os dedos pairaram sobre os sonhos..
Acariciando o estampido acre das nossas pétalas exaustas...
Depois de colhidos todos os ardores ...que flutuaram em redor da nossa loucura!

Dos dias em que bebíamos os nossos néctares...

O vento embala o fumo do teu corpo feitos de cios e areia
Chove na nossa cama enfeitada de lírios amargos
Nuvens imóveis pairam sobre as laranjeiras em flor
Enrolam-se nos nosso sexos como sobremesas feitas de pólen
Prendem-se às nossas mãos...mergulham na aflição do desencontro...
E nós que caímos no poço eléctrico onde o silêncio se entristece...
Carregado de intensos aromas a sexo inventado
Abanamos voluptuosamente as cores que cantam sonatas de mel
Bebemos o pó amargo da terra imóvel...que espreita o nosso cio...
Somos prisioneiros da garganta ensombrada pelos soluços
Que o vento leva numa ausência delirante...
Onde germinam mergulhos de saudades...
Dos dias em que bebíamos os nossos néctares...
Extraídos dos oásis verdejantes dos desertos!