Quero-te...como um manjar de lâminas cortantes...
Ah meu corpo feito de sinais desalentados..que procuras nas sombras surdas
A luz vermelha que revela a impaciência... revejo-me num espelho delirante
Faço da minha máscara uma estrela que desce em espiral sobre as folhas secas
E que semeia ausências de mãos que toquem os meus olhos
Mar...memórias de ressonâncias que escorrem pela música das ondas
Luzes noctívagas que descem das estrelas em queda livre
Ventanias de peixes sonâmbulos que bebem pelas guelras os teus sorrisos
Que os levam no corpo escamado até ao alto mar...
Onde eu sou o marinheiro que navega num astro aquático
E os captura numa rede de sedas vegetais ...retilineamente azuis...
Que sem revelam no teu rosto..como numa folha em branco feita de delírios irreais
Procuro nessa ausência de páginas o teu corpo espelhado
A tua face metálica... o teu veneno sobrevivente....
Deliro...sou a ave que se ausentou do espelho...
A propulsão livre de uma metamorfose em flor...
Quero-te...como um manjar de lâminas cortantes...
Como um tapete de facas adormecidas...onde eu possa sobreviver...dilacerado...