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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Como um coração que explode de amor... dentro de um peito rachado!


Paro extasiado dentro de um aborrecimento de ave em fogo


Examino as minhas veias num delírio de pedra e fumo...


Túmulo hemorrágico de chuva sitiada pelas cisternas... onde se escondem os ventos


Claridade feita de histeria e solidão...campo de papoilas de ouro inútil...


Flutuantes buracos de ogivas nucleares...marfim e morte...fogo e cristal...


Ar que se movimenta num clarão abrasador..comendo corpos e caves..leitos e luas...


Que mastiga o florido simulacro dum coração ardendo numa haste de roseira brava


Voluptuoso delírio esvaziando-se numa frase Sumérica...barro e vento...


Óleo de solidão frenética pelos rostos descompostos...de uma lua que flutua num cristal...


Sumptuoso buraco onde enterramos o fascínio dos sexos...


Luar encharcado por montanhas opiáceas ...grão feito de visões esfareladas pela aurora


Nunca é tarde para reabrir a ferida...nem para mastigar a foto inútil...


Que adormece num espasmo de lume extenuado...sobre um venenoso vento dolorido...


Que venha a mais extasiada noite...a mais espavorida viela...o melhor labirinto...


Tudo cabe dentro de um ar fragmentado...


Como um coração que explode de amor... dentro de um peito rachado!


 


 

Que te procura dentro do sono aflito das sílabas inúteis...



Ausentas-te da claridade...és a sombra crepuscular de um espelho em branco


És o pássaro ácido de austera ausência lunar..a viagem que agoniza num cálice delirante O corpo colorido que ensombra os caminhos que levam aos sonhos


Porque eu já não sonho...sou a ausência de uma claridade em sangue


Um nómada carregado de ventos em queda livre...como o canto gregoriano do crepúsculo


Que hesita em fazer o gesto que se gravará no teu corpo...


Mas que te procura dentro do sono aflito das sílabas inúteis...