Como um coração que explode de amor... dentro de um peito rachado!
Paro extasiado dentro de um aborrecimento de ave em fogo
Examino as minhas veias num delírio de pedra e fumo...
Túmulo hemorrágico de chuva sitiada pelas cisternas... onde se escondem os ventos
Claridade feita de histeria e solidão...campo de papoilas de ouro inútil...
Flutuantes buracos de ogivas nucleares...marfim e morte...fogo e cristal...
Ar que se movimenta num clarão abrasador..comendo corpos e caves..leitos e luas...
Que mastiga o florido simulacro dum coração ardendo numa haste de roseira brava
Voluptuoso delírio esvaziando-se numa frase Sumérica...barro e vento...
Óleo de solidão frenética pelos rostos descompostos...de uma lua que flutua num cristal...
Sumptuoso buraco onde enterramos o fascínio dos sexos...
Luar encharcado por montanhas opiáceas ...grão feito de visões esfareladas pela aurora
Nunca é tarde para reabrir a ferida...nem para mastigar a foto inútil...
Que adormece num espasmo de lume extenuado...sobre um venenoso vento dolorido...
Que venha a mais extasiada noite...a mais espavorida viela...o melhor labirinto...
Tudo cabe dentro de um ar fragmentado...
Como um coração que explode de amor... dentro de um peito rachado!