Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Onde possamos rejuvenescer e transbordar de amor!

 


Escrevo sobre o nevoeiro que floresce numa guerra de geometrias variáveis


E os passos são sóis que caminham colados ao corpo...


Numa agonia que contamina o riso dos bosques...


Que segrega delírios de marés diluvianas...que aspira as borboletas entorpecidas...


Que ri como um sábio que procura o futuro..


Ou o lugar onde passa o caudal da existência final...


Onde as noites se suicidam executando uma dança subtil...


Que descreve a essência rara do tempo...que nasce na fonte transbordante das tabernas


E esconde a regeneração dos dias marítimos ...nas folhas amarelas dos plátanos...


Folhas que foram de ouro raro...teatro de uma insónia transbordante de sedas vermelhas


Obscuro ritual feito de claridades incertas que riem dos dilúvios regeneradores


E se perdem num buraco que aspira todos os cataclismos...e todos os delírios...


Numa espectacular máscara de agonia..carregada de seiva que os olhos deixaram cair...


Sobre a aurora do corpo imaginado por uma ilusão sem memória...


Onde apenas as flores podem petrificar a angústia...transformá-la numa estátua anémica..


Onde possamos rejuvenescer e transbordar de amor!


 

Executando um bailado caudaloso...em pontas de solidão...

 


Dancei com o medo num espaço onde explodiam obscenas emergências


Comi murmúrios de passos translúcidos...como sentinelas em órbitas feitas de plumas


Sucos imensos de cidades onde esvoaçam grãos de jasmim...histerias de cinza com cio


Comi crepúsculos envolvidos em nevoentas esquinas...ruas onde floresciam escombros...


Colados ao ar quente do deserto..meu Saara suicidário...meu sudário esquecido...


Num cenário de riso nocturno onde os rios afogam as balas...


Que esvoaçam sobre as pálpebras duma representação branca...


Neve sobre o meu corpo catalítico...desfazendo-me em paisagens de pó astral...


Final de uma memória alada...que permanece sobre o avesso de um mineral


Segundo rouco onde te espero...executando um bailado caudaloso...


Em pontas de solidão...


 


 


 

Estrela-corpo... estrela-máscara...estrela-tu...estrela-minha-tua....

 


Geometrias delirantes procuram saber o caminho que os corpos transportam


Cenário de um teatro selvático e vestido com medos baços


Ritual de risos nascidos nos dilúvios...como sábios bosques encantados...


Onde figuras de luminosidade rara nos trespassam lentamente...como fogo espelhado...


E tudo o que nos resta é uma confusão desgrenhada...feita de roupa desusada...nua...


E o nosso corpo expande-se como um nómada procurando a estrela polar


Estrela-corpo... estrela-máscara...estrela-tu...estrela-minha-tua....


 


Para que nos desça pela garganta o adocicado sabor dos nossos corpos insanos!


Sirvo-te a minha ausência numa travessa enfeitada com cortinas de memórias felizes


Quero que me bebas como um licor feito de gestos vazios


Ou como um percurso que fazes diante de um espelho desfocado


Bebamos os vinhos espirituosos imobilizados em noites ácidas


Deitemo-nos sobre o fumo que atravessa a tontura extasiante do chão despido...


E das noites em que agonizamos na hesitação das labaredas que nos consomem


Deitemo-nos nas ausências de floridas claridades... gravadas na areia imóvel...


Onde os sonhos dos pássaros mergulham em gelatinosas essências afrodisíacas...


Em que caminhos teremos que imobilizar os nossos pés descalços?


Em que ausências teremos que mergulhar a nossa alma despida ?


Em que inutilidades feitas de gomos aguçados de laranjas azedas teremos que dormir?


Para que nos desça pela garganta o adocicado sabor dos nossos corpos insanos!