Que nos diz que é já ali o sol pôr...
De onde vêm os rios...que atamos ao nosso corpo com uma corda feita de anjos...
Que nos penetra num tempo sem sono...recolhido num silêncio que devora a eternidade
Orgulhosos dormimos como criaturas celestiais...morando num sol estilhaçado por sonhos
E acordamos numa terra que nos alimenta o nome...que nos dá um corpo...
Que nos abocanha a carne...que nos diz que é já ali o sol pôr...
Como uma aldeia feita de estrelas indistintas...vidas sem nome de almas sem corpo...
Dormindo no sussurro do silêncio maravilhado pelas gotas de água que escorrem...
Dos nossos olhos líquidos...firmamento da semente que nos produziu...
Bem maior que a luz onde todos os sóis se escondem...e todos os pés pisam...
Até ao celestial dia em que dormimos sobre a resposta...como Pais da Vida...
Atravessada por riachos feitos de golpes e cicatrizes...cordas onde nos seguramos...
Aguardando a penumbra alucinante da eternidade...
Que revelamos em segredos escondidos nos corpos onde depositámos sementes!