Onde a saudade enlouquece os corpos em delírio...
Nunca vi o que suporta a alma escura da Terra...nem desenterrei tesouros nas estrelas
O chão desaba em pedaços de lava...expulsão de luz...ventos cegos...asas vazias..
Desenterramos túneis...extraímos pedaços de chão..remamos em segundos soletrados
Queremos perder-nos...pisar os pedaços que se agrupam na entrada da nossa alma...
Esmagar os gravetos líquidos que voam em volta de nós...
Mas não podemos lavar a sujidade infiltrada nas cabeças...adejar de asas sem sentido..
Adormecer sobre os olhos...dançar sobre o nosso nascimento...escurecer as direcções..
Tudo podemos fazer debaixo de um luar onde as corujas piam... sôfregas estrelas...
Mortes de luz arrastada para os arrabaldes da cidade...vícios de ninguém...
Restam-nos os caminhos atapetados de réstias de luar...luras de palavras esconsas
Apagando-se num suave toque de mão...rodopios de aves coladas às flores...
Profundo aroma de planícies esquecidas...penas soltas esvoaçando sem peso...
Almas convertidas em laranjeiras em flor...florescimento de lagoas silenciosas...
Onde a saudade enlouquece os corpos em delírio...
E a loucura é um clarão que varre a alma...e a ponta dos dedos provoca prazer!