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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Sei que não volto a ti...


Sei que não volto a ti...sei que não volto a colidir com o teu apocalipse


Rasgarei o chão coberto de fagulhas tresloucadas...apagarei o brilho que rasga a noite


E a água surgirá como uma chama esgazeada...recolher-me -ei...


Como uma visão descalça sobre uma língua que galopa num profundo espasmo


Soubesses tu como me afundo num instante de silêncio...


Como convoco uma adocicada melodia...como me cubro de chamas...


Soubesses tu como danço descalço sobre a perturbante visão do teu corpo


Como me encandeiam os teus olhos acesos...


Como as tuas chamas que flutuam num momento de eternidade me seduzem


Como se eu soubesse que o teu voltar é apenas um turvo momento...um carvão baço


Algo indefinível...como o renascimento de um sono profundo...sobre um chão abrasado!


 

Por instantes naveguei por todas as tuas nascentes.

 


Olhei e vi as mãos paradas...as coisas perderam o nexo na fronteira azul das tuas coxas


Não havia razão para me pertencerem...não encontrei dentro de mim essa razão


Foi assim como uma antecipação do fim...uns olhos parados entre a minha voz e o teu corpo


Afastei-me dessa fronteira sem dono onde se anicha o azul do mar que nunca regressa


Ouvi a música da tua voz...ou era a minha a segredar? Não cheguei a perceber...


Por instantes naveguei por todas as tuas nascentes..transbordei...pertenci-me...


Pertenci-te?


Não havia nuvens sobre nós...o tempo era uma terra sem dono...


Uma harmonia de dedo espetado na minha direcção...chegou-se a mim...enroscou-se..


Descobri-me nas profundezas da terra...por debaixo do chão corria o meu rio...viajei no tempo


E parado... contemplei todos os instantes em as lágrimas desfilaram pela minha voz...