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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Caminhar..envelhecer...arrancar do corpo todos os compromissos...viver...

Caminhamos como letras sobre páginas e páginas....infinitas páginas negras...sentenciais

Voltamos o olhar para a parede ensanguentada...empolgante...pintada com manchas...

Coágulos de mãos enrugadas...tectos esquecidos...vómitos...visões

Visões que não cabem dentro de nós...e as nossas portas e janelas não chegam para as albergar

Despejamo-las como pilhas de papel pardo...visões pardas...pardacentos odores...

Odores que fogem dos corpos..aflições de mundos interiores...fascinações enevoadas...

Quem temes? Que noite te chuviscou? Que pingos de água caíram dentro de ti?

Caminhar..envelhecer...arrancar do corpo todos os compromissos...viver...

 

Somos a fundação dos dias

 

Gravados nas mãos frias...exangues..estão os ouvidos das sementes

Incontroláveis sementes que se arrastam de cansaço em cansaço

pintamos paredes...vomitamos a tensão acumulada nas pedras...

Na escotilha por onde espreitam fantasmas...há bonança...há paredes sem tecto...há defuntos

Defuntos que dizem que temos a alma a descoberto... que somos a fundação dos dias

Que somos grãos suspensos...ingerminados... retiremo-nos!