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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Os lírios... no campo... esperam por nós!

 


Digo-te onde ficam os campos...digo-te as minhas razões...as pétalas são facas de cores garridas


Ferem a luz...são remotas praias onde vão ancorar os nossos dedos...


Castelos estrangulados pela noite...areia e maresia...medusa aflita presa no areal


Teremos sempre uma pequena lua na saudade...como um sorriso puro...ou um desejo perfumado


Sabes que o tempo muda as cidades...que extingue o canto do mar...na expansão de sinos cristalinos


Gravo no teu peito gargantas incendiadas...puros cantares de humildes algas...vinhos raros


Das minhas cordas vocais pendem cantos estrangulados...febres pisadas...nomes de coisas impuras


Deito-me junto ao misterioso canto dos búzios...visto-me de diáfanos bordados...sou mar


Encanto-me com o perfume das dunas..respiro noites assombrosas...recordo-te nas aves


Espalho estrelas pelos caminhos...como beijos de águas alegres...ou como frestas nos dias


Incêndios espalham-se pela noite...estrelas caem nas ruas... o entardecer é gélido


E nos fundos dos ventos ecoam beijos de crianças esfomeadas...rios do Tibete...Ganges esféricos


Iremos ao encontro do verão...beijaremos os fundos dos vales...seremos barcos perversos


Mas vamos construir a alegria com fomes bordadas em seda..uivos rápidos de mastros decadentes


E vamos saborear todas as flores primaveris...os lírios... no campo... esperam por nós!