Como uma ave que filtra a luz...
Fechei a porta como se fechasse o passado...recordações de olhos gastos...
Fiapos de pele suave desprendem-se das paredes...frestas onde posso ver os dias
Amanhã...vou ver como está a esperança...viajar por cima dos candeeiros...despertar o ar
Eléctricos indiferentes levam as palavras até ao mar...papéis rodopiam... varrem o chão
E no deslizar de cada passo ouve-se uma algazarra de luz...um lamento de suor...
Fechar os olhos...esquecer..ouvir as folhas pestanejar...é mesclar-se com a vida...
Formidável vida... que erra pelos nossos corpos..sai-nos pelas goelas...aloja-se na pele...
Visto um ridículo corpo feito de vento...uma memória em sépia...um lado oculto...
Não deixo que o mundo se sinta sozinho...que os relâmpagos se espraiem na rua...
Estou cá...como uma ave que filtra a luz...ou uma recordação que se quebra na sombra