Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Como uma ave que filtra a luz...


Fechei a porta como se fechasse o passado...recordações de olhos gastos...


Fiapos de pele suave desprendem-se das paredes...frestas onde posso ver os dias


Amanhã...vou ver como está a esperança...viajar por cima dos candeeiros...despertar o ar


Eléctricos indiferentes levam as palavras até ao mar...papéis rodopiam... varrem o chão


E no deslizar de cada passo ouve-se uma algazarra de luz...um lamento de suor...


Fechar os olhos...esquecer..ouvir as folhas pestanejar...é mesclar-se com a vida...


Formidável vida... que erra pelos nossos corpos..sai-nos pelas goelas...aloja-se na pele...


Visto um ridículo corpo feito de vento...uma memória em sépia...um lado oculto...


Não deixo que o mundo se sinta sozinho...que os relâmpagos se espraiem na rua...


Estou cá...como uma ave que filtra a luz...ou uma recordação que se quebra na sombra


 

Como uma ave que filtra a luz...


Fechei a porta como se fechasse o passado...recordações de olhos gastos...


Fiapos de pele suave desprendem-se das paredes...frestas onde posso ver os dias


Amanhã...vou ver como está a esperança...viajar por cima dos candeeiros...despertar o ar


Eléctricos indiferentes levam as palavras até ao mar...papéis rodopiam... varrem o chão


E no deslizar de cada passo ouve-se uma algazarra de luz...um lamento de suor...


Fechar os olhos...esquecer..ouvir as folhas pestanejar...é mesclar-se com a vida...


Formidável vida... que erra pelos nossos corpos..sai-nos pelas goelas...aloja-se na pele...


Visto um ridículo corpo feito de vento...uma memória em sépia...um lado oculto...


Não deixo que o mundo se sinta sozinho...que os relâmpagos se espraiem na rua...


Estou cá...como uma ave que filtra a luz...ou uma recordação que se quebra na sombra


 

Caem folhas...o vazio existe!


Corre-me uma dormência pelo peito...vento sem sentido sopra nos triângulos das ruas


Dos céus escorrem folhas outonais...chãos onde os corpos se alimentam de prazer


As pernas escondem-se no vazio...os telefones despertam nos murmúrios


Tudo amanhece numa luz fantástica...tudo se absorve sob uns dedos ondulantes...vagos


Na rua a luz é forte...é impossível ver o quente da manhã...caem folhas...o vazio existe!


 

Debaixo da luminosidade preciosa de um candeeiro de ferro...


Ouve-se um suspiro nas trevas...silenciosos clarões ameaçam soltar-se da noite


Reluzem como diademas de cinza...fuligem perdida na vidraça da lua...


E por momentos sinto a existência de um despertar...como um Cavalo de Tróia baço


Vejo o silêncio..voam sacos plásticos abandonados...explodem cheiros de erva...


Crimes incompletos vestem-se de verde...a escuridão desperta sopros insondáveis


Há um strip tease de luzes vibrantes...manhosas..vazias...


Neva...debaixo da luminosidade preciosa de um candeeiro de ferro...


Botas pisam as ruas...garrafas de vidro partem-se de encontro aos lábios...bebem eternidades


A cidade parece um filme acetinado...bate como um coração que suspira...


E..no fundo de uma fachada em ruínas...estamos nós...


Somos o breve instante da anarquia...a balança que desperta a luz...a eternidade solitária!


 


 

Vi-te passar...vestias umas asas esplendorosas..


Digo-te que antes de ti a cor dos dias se afundava num desenho sem sentido


Que as manhãs eram neblinas espessas onde se enclausurava o tempo


Sólido túnel onde se decompunha o meu coração..alameda de inverno...


Que sob a abóbada azul onde me sentava se enchia de folhas amarelecidas


E depois de te olhar ...vi-te como se vestisses um manto transparente


Numa sala apinhada de recordações...volumosas recordações...de fotografias exaustas


Como se estivesse junto a uma maré diáfana...o meu rosto viajou encostada à vidraça...


Vi-te passar...vestias umas asas esplendorosas...suave seda envolta em sono...


Olhei...e reparei que a rua estava vazia...translúcida rua onde perdi o teu rasto...


E perguntei: que faço eu agora com estes olhos? Que convite posso fazer à solidão?


Desfaço-me em mil cores..ignoro o que aconteceu...


Mas o fim da tarde trouxe-me de volta ao sonho!