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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Voas em todas as direcções..vives do lado de fora de ti...


Dançamos sob salpicos de luzes que caem das árvores...


Pingos de sangue derramado numa caleidoscopia nocturna


Enfeitam a tela negra da noite como pirilampos metálicos...


Noite latejante de verão onde a floresta se ilumina por detrás de uma fachada de fogo


Deitas-te sem saber qual a cor dos dias...sangras palavras diante dos espelhos..és asas


Voas em todas as direcções..vives do lado de fora de ti...


Ergues os braços como se fossem neblinas laceradas por lâminas..


Ou como inúteis cores vingativas...chegarás ao Outono...


Ver-te-ei chegar cavalgando uma melodia que soprará de um qualquer sax...


E nos pomares de pessegueiros despirás o teu coração...como se fosse um mundo...


Ou um vento imaginado que sopra das flores...


Perfumando a abóbada celestes com aromas estrelados...


 


 

Tens os pés descalços...seguras a espuma com o olhar..


Abre-se a noite como um universo melancólico...


Luzes atravessam o ar...o chão é agora feito de água escura...relâmpagos varrem as dunas


As rochas parecem fantasmas...e vejo-te deitada no abismo onde as ondas rebentam..


Tens os pés descalços...seguras a espuma com o olhar..as tuas mãos são guelras sôfregas


Respiras pelas mãos..tocas o meu corpo com o teu sopro...e caímos juntos na noite...


Ondulamos na superfície das águas...lunares luzes tocam-nos o rosto....


Somos seres luminescentes...distantes peixes que correm para o horizonte...


Cortam as marés...desembarcam em noites solitárias...


Como ridículas vagas que esperam salvação...


E enquanto sangramos todas as ondas do sentir... numa encantada vigília...


A paixão vai-nos queimando...e os mares assombrados expelem grãos de areia...


Como se nos atirassem estrelas vindas de uma profunda aflição!