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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Mas já nada nos ligava...nem os pássaros que fugiam do frio...

 


Soltavas o teu chamamento como uma ave na escarpa dos beirais


Luz invisível que nos ligava atravessando o ar fresco


Profunda sensação invadindo o céu glacial...silêncio de campos fechados em si próprios...


Os teus dedos exalavam urgências...procuravam nos labirintos das ruas o regresso ao meu corpo


Mas já nada nos ligava...nem os pássaros que fugiam do frio...


Nem o magma que escorre dos vulcões...nem o tiro de um céu purificado


Ouço o teu riso...ainda ris? Ou foi só a ilusão de um tempo arrastado pela distância?


 

O sono vem...a sombra cresce...


Rodopia a borboleta negra...acendem-se tempestades..ferem-se os mares...


Da minha cúpula vejo o meu reino...minuciosa vigília de flores esculpidas


Lírios reinam nas tuas mãos silenciosas...de ti jorram ausências e poeiras


A escuridão de um olhar...a paisagem que se confunde com um grito..as pálpebras enrubescidas


As flores douradas absorvem o sol abandonado...afasto-me dessa luz...desse silêncio


E dissolvo-me num gesto embaraçado...o sono vem...a sombra cresce...


E escuto a fala das lágrimas!