Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Onde tu te aconchegavas ...para lá dum tempo quieto...



As ondas riam com um som oco...espumas agitavam os dedos..tingiam o ar de riscos brancos


As nuvens ardiam como fornalhas ao entardecer...sentei-me na pedra abaulada do cais


A luz cruzava o ar...passava rente ao escuro das folhas apodrecidas...


Ecoava na nostalgia de um trompete...fundindo-se num presente de cores pálidas...


Onde tu te aconchegavas ...para lá dum tempo quieto...


Mascarado nas espirais de um fogo imenso...ateado pelas chamas de um caos enfurecido...


Ou de uma prisão trémula onde nos agarrávamos...para não ardermos


 


 


 

Vejo e o teu corpo deitado sobre a brisa primaveril...


Vejo e o teu corpo deitado sobre a brisa primaveril...sinto a tua luz empoçada em mim


Percorro o teu corredor...toco-te por entre a fragrância das tuas coxas..abro a tua porta


Vejo-te como um verão onde se fundiram brisas azuis..escuto os grilos na relva...


Máscaras agitam-se na escuridão...sombreado de luas fundidas no teu rosto..caos cinzento


Um barco sai do porto..as velas enfunadas dizem-me que partiste...


E eu desfaço-me numa cascata de fogo...


 

A chuva molha a quietude das horas..

 


Caminha o teu odor pela brisa da manhã...


Derramando trémulas centelhas de cores garridas


A chuva molha a quietude das horas...e eu espreito a rua pela janela entreaberta


Penso naquilo que te poderia deslumbrar...


Talvez se te esculpisse como uma estátua grega...


Ou como um vasto botão de Rosa do Deserto...


Poderíamos nós voltar a sentir a primavera...


Que morre na claustrofobia de uma luz uniforme?