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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Das flores pendem fios de seda...


Das flores pendem fios de seda...aranhas enlaçadas na carne estrangulada


Cardos fiéis que juram cumprir promessas...como folhas de um tempo vestido de ausência


Tenho fome...vogo num espelho que não diz a verdade...


Adormeço embalado pelo suco das papoilas...chegou o tempo das fontes e das cordas...


Estrangulo a tua ausência com olhos vagos...nus...e...fiéis ao tempo onde o mar dorme...


Partimos numa negridão silenciosa...porque na fulgurante descida do tempo inerte...


O nosso corpo é o centro do mundo.... e o coração é um jorro de folhas outonais...


Que placidamente nos dizem que a lua floriu!


 


 

Prata... espuma...

 


Prata... espuma... soltam-se as amarras


emergem vozes do profundo verde enclausurado


mergulho sobre a imagem que nada na planície


e pergunto-te: onde se escuta o canto da margem que vive só?


e tu respondes:escuta-o na  claridade da mão que te afaga...


 


 


 


 

Viçosas primaveras

 


 


 


Pela fresta das jarras assomam viçosas primaveras


nos olhos das janelas perpetuam-se aves


caem flocos de verão cansado


e os sonhos falam-me de tardias almas-gémeas


 


Na espuma inventaste um coração azul-sangue


finges ser uma penugem nocturna


que adormeceu na sombra da mão que te acaricia


 


 

Dedo intemporal...

 


 


Rompe-se a corda que nos aponta o dedo intemporal


o Outono vem descascar-nos os olhos


é domingo..os pescadores retornam


da boca saem-nos papoilas que enfeitam luas


é tempo de deixar as folhas florirem...e os sorrisos arderem.


 


 


A madeira estala...a alma cria laços


desapertam-se sentimentos dentro de um tempo baço


e extinguem-se rios sonoros na maresia do arvoredo