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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Ressoando nos corpos gastos!


Pardas tardes alongam-se sobre a liquidez dos dias..nos bosques dançam vestais...nuas


As sombras vibram com as águas que escorrem em espasmos de cansaço


É o Outono...a cosmicidade de um desejo deslumbrado..magia misturada com vento


Nada é real..eis aqui a originalidade do mundo...tudo é inexplicável..


Os desejos e até aquelas colinas bravias...são a nossa criação...


O decote para onde espreitamos a realidade...alongam-se os céus numa prece imaculada


As árvores adquirem as nossas almas...outros como nós dançam dentro delas..turvas


Dentro dos quartos os tectos desabam...as fotos perpetuam a tristeza...os corpos florescem


O nevoeiro é uma humidade que sopra sobre a poeira cinzenta...


Brancos lençóis suspensos na corda... enfeitam os caminhos dos que trabalham


Picam-lhes a alma como facas gigantescas...palavras vibram num inexplicável silêncio


Eis o lugar de onde vimos...eis o lugar onde o êxtase é uma luz inerte...


Ressoando nos corpos gastos!


 

Ou o olhar que sabe que a morte sara todas as feridas...

 


E tu plantada numa palavra que fala da folhagem dos corações...chão e Outono...nudez


E tu que deslizas num esvoaçar de luz que cai da despensa do dia


E tu mão que afagas o mundo num bater de asas tardias


Sim tu...que olhas o que te rodeia como se fosses a testemunha de um crime


Ou o olhar que sabe que a morte sara todas as feridas...