Ressoando nos corpos gastos!
Pardas tardes alongam-se sobre a liquidez dos dias..nos bosques dançam vestais...nuas
As sombras vibram com as águas que escorrem em espasmos de cansaço
É o Outono...a cosmicidade de um desejo deslumbrado..magia misturada com vento
Nada é real..eis aqui a originalidade do mundo...tudo é inexplicável..
Os desejos e até aquelas colinas bravias...são a nossa criação...
O decote para onde espreitamos a realidade...alongam-se os céus numa prece imaculada
As árvores adquirem as nossas almas...outros como nós dançam dentro delas..turvas
Dentro dos quartos os tectos desabam...as fotos perpetuam a tristeza...os corpos florescem
O nevoeiro é uma humidade que sopra sobre a poeira cinzenta...
Brancos lençóis suspensos na corda... enfeitam os caminhos dos que trabalham
Picam-lhes a alma como facas gigantescas...palavras vibram num inexplicável silêncio
Eis o lugar de onde vimos...eis o lugar onde o êxtase é uma luz inerte...
Ressoando nos corpos gastos!