Sem destino ...
Vastas são as prisões que se erguem no escuro do pensamento
Peles suaves acariciam-nos os dedos...no ar os risos jorram como grandes aves ternurentas
Apreciamos a nostalgia de uma flor na janela de um prédio arruinado
Desaparecemos no vasto túnel onde a luz é uma explosão de negritude
Subimos depois como balões de ar quente...sempre em procura de uma lua injusta...
Sem destino ...
Pincelamos os pássaros com esguichos de recordações esvaecidas
E enchemos as mãos com dolorosas bermas de caminhos poeirentos...
Desabrochamos como pessoas suspensas num corpo alado...
Repetidamente...repetidamente...
Até emergirmos em centelhas de sonhos que voam em direcção a uma vidraça...
Por onde espreitamos as límpidas águas que se recortam nos céus sarapintados...
Por tonalidades de fulgurantes laranjas.... lapidares....