Quero a tua mão adormecida...sentida ...no branco florido dos lírios
quero percorrer a tua memória feita de mil cores desmaiadas...
entrego-te o veneno insípido que fará florir as amoreiras na beira da estrada
aquelas que alimentam as minhas memórias...e os bichos-da-seda na caixa de sapatos
vem...entrega o sorriso que vive por detrás das folhas tenras da tílias
o leito onde embalsamámos todas as vigílias...a floração do tempo extasiado
olha que as palavras se apagam...corroem-se na insónia que nos atravessa
e a terra? aquela terra possuída pela busca incessante dos nossos nomes
aquela terra grita...tacteia-nos...como se o amor fosse uma fresta fiel ao tempo...
sentes o receio das migalha espalhadas no brilho alvar da nossa boca?
sim...já adormecemos como um nunca-mais...
ou como um dedo que aponta a vela que nos alumia...