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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

LIV

 


Talvez as coisas sejam mesmo assim..talvez os nomes anunciem desejos


talvez as noites suspirem pelos destroços dos navios..


talvez a água se apaixone pelas enxárcias brancas dos mastros...


a as palavras procurem nas brumas matinais...as aves que viajam pelas constelações...


 

LIV

 


Talvez as coisas sejam mesmo assim..talvez os nomes anunciem desejos


talvez as noites suspirem pelos destroços dos navios..


talvez a água se apaixone pelas enxárcias brancas dos mastros...


a as palavras procurem nas brumas matinais...as aves que viajam pelas constelações...


 

LIII

 


Instala-se a espuma diante do espelho solitário...reluzem pequenos rostos esculpidos na pedra


a luz do dia é apenas uma memória da noite...a nossa memória esquecida num barco à deriva


e na sombra o ar desliza pelas palavras...


como se nadasse num aquário tingido de cores sem nome...


 

LII

 


A ti..que contas todas as gotas existentes nas sombras.. e despes as árvores intocadas


a ti digo...salta..solitária memória descendo dos ciprestes cansados


e através de ti perpassam vidas em catadupa..estilhaços de terra ferida...


voando em todos os sentidos...


como corpos que se vestem com hesitantes raios matinais..


 

LIII

 


Instala-se a espuma diante do espelho solitário...reluzem pequenos rostos esculpidos na pedra


a luz do dia é apenas uma memória da noite...a nossa memória esquecida num barco à deriva


e na sombra o ar desliza pelas palavras...


como se nadasse num aquário tingido de cores sem nome...


 

LII

 


A ti..que contas todas as gotas existentes nas sombras.. e despes as árvores intocadas


a ti digo...salta..solitária memória descendo dos ciprestes cansados


e através de ti perpassam vidas em catadupa..estilhaços de terra ferida...


voando em todos os sentidos...


como corpos que se vestem com hesitantes raios matinais..


 

LI

 


Perseguimos a força que nos dobra os dentes...fonte de praia feita de mar...


que pensamentos trazes escondidos na música cravada no espelho melancólico?


que água te transportará aos rios de outrora?


 

LI

 


Perseguimos a força que nos dobra os dentes...fonte de praia feita de mar...


que pensamentos trazes escondidos na música cravada no espelho melancólico?


que água te transportará aos rios de outrora?


 

L

 


Hesitam os cantos que outrora nos acompanharam...cravam-se nas tardias fontes escorreitas


serás tu a estrela que desce mansamente pela luz do dia? ou a pedra onde escrevemos a ferida destroçada?


as árvores perderam o sentido..e agora..navegam em barcos feitos com silenciadas chagas.


 

XLIX

 


No rio as serpentes lançam a sua sombra na espuma...carregam o futuro como uma pedra intocada


mas em ti...nascerão fontes e raios que a memória transporta pelas praias reluzentes


virás como um mastro tardio...


nadando na melancolia de um pensamento solitário.


 

XLIX

 


No rio as serpentes lançam a sua sombra na espuma...carregam o futuro como uma pedra intocada


mas em ti...nascerão fontes e raios que a memória transporta pelas praias reluzentes


virás como um mastro tardio...


nadando na melancolia de um pensamento solitário.


 

L

 


Hesitam os cantos que outrora nos acompanharam...cravam-se nas tardias fontes escorreitas


serás tu a estrela que desce mansamente pela luz do dia? ou a pedra onde escrevemos a ferida destroçada?


as árvores perderam o sentido..e agora..navegam em barcos feitos com silenciadas chagas.


 

XLVII

 


Quero a tua mão adormecida...sentida ...no branco florido dos lírios


quero percorrer a tua memória feita de mil cores desmaiadas...


entrego-te o veneno insípido que fará florir as amoreiras na beira da estrada


aquelas que alimentam as minhas memórias...e os bichos-da-seda na caixa de sapatos


vem...entrega o sorriso que vive por detrás das folhas tenras da tílias


o leito onde embalsamámos todas as vigílias...a floração do tempo extasiado


olha que as palavras se apagam...corroem-se na insónia que nos atravessa


e a terra? aquela terra possuída pela busca incessante dos nossos nomes


aquela terra grita...tacteia-nos...como se o amor fosse uma fresta fiel ao tempo...


sentes o receio das migalha espalhadas no brilho alvar da nossa boca?


sim...já adormecemos como um nunca-mais...


ou como um dedo que aponta a vela que nos alumia...


 

XLVIII


No céu brilham safiras...os anjos vêm rebolar-se nos sonhos dos homens


sempre os homens sonharam com anjos...e sabem que eles não têm coração


que não emitem palavras...e que por detrás do seu nome está o que resta de nós...


 

XLVIII


No céu brilham safiras...os anjos vêm rebolar-se nos sonhos dos homens


sempre os homens sonharam com anjos...e sabem que eles não têm coração


que não emitem palavras...e que por detrás do seu nome está o que resta de nós...


 

XLVII

 


Quero a tua mão adormecida...sentida ...no branco florido dos lírios


quero percorrer a tua memória feita de mil cores desmaiadas...


entrego-te o veneno insípido que fará florir as amoreiras na beira da estrada


aquelas que alimentam as minhas memórias...e os bichos-da-seda na caixa de sapatos


vem...entrega o sorriso que vive por detrás das folhas tenras da tílias


o leito onde embalsamámos todas as vigílias...a floração do tempo extasiado


olha que as palavras se apagam...corroem-se na insónia que nos atravessa


e a terra? aquela terra possuída pela busca incessante dos nossos nomes


aquela terra grita...tacteia-nos...como se o amor fosse uma fresta fiel ao tempo...


sentes o receio das migalha espalhadas no brilho alvar da nossa boca?


sim...já adormecemos como um nunca-mais...


ou como um dedo que aponta a vela que nos alumia...


 

XLVI

Olha a sílaba...o ponto...o branco...os olhos da viagem sem receio adormecidos..apagados...os ombros encolhem-se nos anos nostálgicos e o que nos resta...são as formas disformes de um tecto de cobre que nos acolhe como uma tenra giesta de neve...perdida no sonho de uma primavera ansiada!

XLVI

Olha a sílaba...o ponto...o branco...os olhos da viagem sem receio adormecidos..apagados...os ombros encolhem-se nos anos nostálgicos e o que nos resta...são as formas disformes de um tecto de cobre que nos acolhe como uma tenra giesta de neve...perdida no sonho de uma primavera ansiada!