Os cantos inacabados das palavras...
Corro como um homem que acalma os dedos percorrendo a melancolia branca dos dias
Tudo pode ser...tudo amanhece...
Até a tempestade que espera imóvel nas asas dos insectos
Sou como um sismo embriagado...uma ilha planando sobre o sangue coalhado dos mistérios
Ato-me à proa de um barco que divaga...incansavelmente..dolentemente
Aqui a solidão é uma memória que corta a beira-mar..um riso que recolho da maresia
E tudo isto é sangue incansável...sangue escorrendo pela dilaceração das águas...
Como vultos derrubados sobre mesas sujas de vinho...
Só eu sei que unhas me rasgam os cantos inacabados das palavras...
Enquanto certeiramente construo um abrigo onde a espuma me visita...