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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

CÂNTICO 3


Entro lentamente no céu da tua boca..nasço aí como se fosse transparente


Enquanto escuto a melodia que desaparece sob os teus olhos cristalinos


A obscuridade é a força que nos impele para o luminoso encanto do amor


E voamos pela claridade suspensa no perfume das coisas


Renascendo sempre nos olhos semicerrados da poesia.


 

Emergimos nos sonhos


Vastas são as prisões que se erguem no escuro do pensamento


Peles suaves acariciam-nos os dedos...no ar os risos jorram como grandes aves ternurentas


Apreciamos a nostalgia de uma flor na janela de um prédio arruinado


Desaparecemos no vasto túnel onde a luz é uma explosão de negritude


Subimos depois como balões de ar quente...sempre em procura de uma lua injusta...


Sem destino ...


Pincelamos os pássaros com esguichos de recordações esvaecidas


E enchemos as mãos com dolorosas bermas de caminhos poeirentos...


Desabrochamos como pessoas suspensas num corpo alado...


Repetidamente...repetidamente...


Até emergirmos em centelhas de sonhos que voam em direcção a uma vidraça...


Por onde espreitamos as límpidas águas que se recortam nos céus sarapintados...


Por tonalidades de fulgurantes laranjas.... lapidares....