Sob o vasto manto de um fantástico fragmento de vida!
São assim as casas...inspiram fundo como nós...lançam-nos para a rua...
Crucificam-nos nas paredes... suspensos nas fotos desbotadas
Seremos sempre os mesmos vivendo uma vida que deveria ser outra?
Deslizamos...neve e gelo absorvem a nossa queda..ardemos como janelas abertas ás marés
Esquecemos o emissário extravagante..aquele que obscurece o céu..aquele que explode
Urinamos contra as paredes numa sensação de apagamento...mijo alado...amarelo
A água escurece...baixamos os olhos...a neblina agita-se na alma...é o mar
São os barcos...cenários de vidas que ardem num corpo gravado em pedra
É preciso sentir a eflorescência das flores que crescem nas montanhas
Tocar nos cabelos sedosos..molhar a alma no silêncio da chuva..selvática chuva...cinzenta
E depois...aquáticos Verões espalhados pelas marés...dizem que a nossa voz soçobra ao tempo
Que estamos presos ao ar...que os candeeiros da rua nos queimam os olhos
E que...tal como o luar é colossal...a penumbra é uma estreita rua..
Onde nos cruzamos com corpos e mágoas...sacerdotisas de um tempo inexistente
Que desponta sob o vasto manto de um fantástico fragmento de vida!