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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Sob o vasto manto de um fantástico fragmento de vida!


São assim as casas...inspiram fundo como nós...lançam-nos para a rua...


Crucificam-nos nas paredes... suspensos nas fotos desbotadas


Seremos sempre os mesmos vivendo uma vida que deveria ser outra?


Deslizamos...neve e gelo absorvem a nossa queda..ardemos como janelas abertas ás marés


Esquecemos o emissário extravagante..aquele que obscurece o céu..aquele que explode


Urinamos contra as paredes numa sensação de apagamento...mijo alado...amarelo


A água escurece...baixamos os olhos...a neblina agita-se na alma...é o mar


São os barcos...cenários de vidas que ardem num corpo gravado em pedra


É preciso sentir a eflorescência das flores que crescem nas montanhas


Tocar nos cabelos sedosos..molhar a alma no silêncio da chuva..selvática chuva...cinzenta


E depois...aquáticos Verões espalhados pelas marés...dizem que a nossa voz soçobra ao tempo


Que estamos presos ao ar...que os candeeiros da rua nos queimam os olhos


E que...tal como o luar é colossal...a penumbra é uma estreita rua..


Onde nos cruzamos com corpos e mágoas...sacerdotisas de um tempo inexistente


Que desponta sob o vasto manto de um fantástico fragmento de vida!


 


 

Perdidas como bocas condenadas....


Na cidade a água dança nas ruas...chuva verde-adocicada que veste o êxtase do corpo


Vibram ninfas nos lagos..portas sobrepostas sem tempo nem luz...abertas...inertes...


E na efígie da imortalidade despedem-se as coisas sem tempo...


É a vastidão de um tempo em fogo...um lento campo de flores lilases...


Bastião carmesim da alma...que suplica perante as cintilantes luzes...por frágeis purezas...


E a cinza gira no ar como um inverno feito por mãos sem geometria...


Existimos simplesmente..como uma perda...ou como um espaço desocupado...


Nem a primavera com a suas diferentes luzes nos acende...


Nem os recifes se despedem das algas...chamam-nos com acenos de flores impossíveis


Cospem nos dedos negros de fuligem...


É ali que vivem as Nereidas...Perdidas como bocas condenadas....