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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Gaiolas onde encerramos os incêndios do corpo...


Apalpamos fragmentos de solidão nas pequenas ausências dos rostos


Seios...bocas...desejos que ardem em relógios parados...a dor submerge...


Afunda-se numa língua incendiada...sussurros de sóis inúteis....hálitos de nevoeiro


Apalpamos os dias e pensamos nos olhos inacessíveis...


Como cansaços de livros lidos muitas vezes...ou de mãos que deslizam pela humidade do sono


As mãos têm a sua linguagem...no seu âmago vivem fogos circulares...


Ásperas cerdas...conversas...infâncias...bosques onde podemos cheirar cidades cansadas


Ardores que nos repuxam como anónimas fontes... géisers onde florescem instantes sem sentido...


Como se fossem gaiolas onde encerramos os incêndios do corpo...


 


 


 

Sem rota definida.


Ouvimos o crescimento de um desejo


Bastámo-nos como frutos suculentos


Fizemos jogos de corpos em convulsão


E na memória daquele lugar ficou gravado o momento


Em que o luar perdido


Percorreu os nossos corpos vulcânicos


Como se fossem mapas de ancestral prazer... sem rota definida.


 

Quando nos apetece apenas passear sob a luz que as aves desfazem...

 


Caminhamos sobre as palavras envelhecidas...no mar despontam as arestas dos frios


Brumas tímidas cruzam as ruas onde os gestos se calam...as distâncias são transparentes...


Nos rostos adormecidos brilham olhos de outros barcos...


Parece que a solidão é uma flor macia...e que os homens a carregam com dedos calcários


Cordas de terra irradiando soberbos passos...é na noite que os primeiros dias morrem


É na transpiração das mãos que as ondas rebentam e os peixes se ferem...anzóis de linho


Ambições de ressacas marítimas...só as borboletas se salvam..belas monarcas azuis


Maravilhosas transparências cantam nas paisagens vazias...


Que sentido dar às bocas...sim..que direcção dar às bocas sôfregas?


Quando nos apetece apenas passear sob a luz que as aves desfazem...


Ou ficar mudos perante o silêncio de uma chuva de sóis...


 


 

E vive fulgurando em mim!


Nos teus dois olhos residem dois mundos...segredos de um tempo tardio


Como a folha que esvoaça no frio de um dia dispensado...tardas...bem sei


Ao nosso lado vive a luz que a alma irradia...bem sei


E...na longa frescura da solidão que nos busca...chamo-te...vem


Senta-te na frescura da folhagem...recolho-te como se fosses um raio de luz


Absorvo-te como uma ave que plana...feita de madrugadas onde não falta o sol


Envolvo-te...como se fosses a crisálida que busco na permanência das coisas...


Aquela que será a borboleta fulgurante...colorida...plena e bela...


Aquela que dispensa todos os fundamentos..que segue entre os dias sem fundo...


Aquela que saúdo como se fosse um ardor que sara todas as feridas...


E vive fulgurando em mim!


 

Odeio a escola!

 


"Odeio a escola e os meus colegas também" foi com esta frase que o filho de uma amigo entrou na conversa que estávamos a ter sobre o ano escolar, e não estou a falar de uma criança cábula mas de um miúdo que se esforça por ser o melhor da turma.


Ora o que provoca esta reacção nas crianças é o excesso de matéria,(muita dela completamente desfasada do gosto das crianças),a escola é hoje um caixote onde as crianças passam imensas horas fechadas aprendendo inutilidades e os professores foram transformados( não por culpa deles) em simples debitadores de matéria despersonalizada.


Conheço uma escola que escolheu a matéria do seu próprio currículo, e dele faz parte as crianças aprenderem a fazer pão, a regar a horta, a plantar flores, a tratar de animais, a passear no campo, enfim uma escola que ensina vida, se a isto acrescentarmos também um pouco de arte, para além da matéria que não é a que o ministério obriga temos a escola perfeita, devo dizer que esta escola, teve imensa dificuldade em fazer aceitar ao M.E. esta nova forma de ensinar, mas lá conseguiu e é hoje um exemplo a seguir.