Gaiolas onde encerramos os incêndios do corpo...
Apalpamos fragmentos de solidão nas pequenas ausências dos rostos
Seios...bocas...desejos que ardem em relógios parados...a dor submerge...
Afunda-se numa língua incendiada...sussurros de sóis inúteis....hálitos de nevoeiro
Apalpamos os dias e pensamos nos olhos inacessíveis...
Como cansaços de livros lidos muitas vezes...ou de mãos que deslizam pela humidade do sono
As mãos têm a sua linguagem...no seu âmago vivem fogos circulares...
Ásperas cerdas...conversas...infâncias...bosques onde podemos cheirar cidades cansadas
Ardores que nos repuxam como anónimas fontes... géisers onde florescem instantes sem sentido...
Como se fossem gaiolas onde encerramos os incêndios do corpo...