Há um tempo que nos envolve..
Há um tempo que nos envolve...um mistério tímido que vive nos quartos
Enquanto a luz mancha a sombra infinita do partir....
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Há um tempo que nos envolve...um mistério tímido que vive nos quartos
Enquanto a luz mancha a sombra infinita do partir....
Falaste com dedos de açúcar..disseste que o sangue respirava nas palavras
Tinhas o sabor das amoras que tardam em regressar
E o silêncio de um íntimo desejo mudo
Eras luminosa como uma pintura de Miró...quase abstracta
E o que restava de ti era a transgressão harmoniosa dum voo tardio
Mas eu sempre te esperei..mesmo quando os dias me atropelaram
Sempre senti a tua respiração como se fosses o odor da primavera
E nunca me perguntei...o que estava ali a fazer?
Ali...junto à seiva que me permitia penetrar nos teus mistérios.
Os taxistas resistem à modernização, não se querem actualizar e pensam que a forma de resistirem à mudança é com protestos e bloqueios.
Quem nunca sentiu que estava a ser enganado no percurso por um taxista? por causa disso deveria ser obrigatório os táxis possuírem GPS, tal como deveria ser obrigatório o motorista mostrar ao passageiro os percursos disponíveis incluindo o custo da viagem para cada percurso. Penso que seria uma boa forma dos táxis não perderem clientes e mostrarem a sua boa-fé para com os mesmos.
Na vida..tal como no amor..nada se perde...tudo se absorve.
Colho a maçã amadurecida na tua boca...trepo pela noite como um nome feliz
No peso das palavras que refulgem sobre o teu corpo..digo-te o que perdi...
Falo-te do sangue que escorreu das minhas veias...
Quando sozinho saltei para fora de mim
Mas vi nas aves um amanhecer...vi uma noite adormecida sobre a solidão incandescente
E flori como um floco de neve num jardim ferido...
E..como num desconhecimento de uma tarde onde enforcámos a ausência...
Voltaste...e eu sobrevivi ao Inverno!
Passo por lugares vazios...lunares sopros cortam o ar..como tesouras cósmicas
Olho os meus fragmentos espalhados sobre o castanho da terra serena
Esburacadas explosões rebentam na mudança da maré...
O mar é uma cave onde o coração se parte...vidro glaciar desmoronando-se sobre as coisas
Cheiro o bafo negro da solidão...
Aqueço-me na lareira concêntrica onde ardem acessos de riso...
És tu outra vez? És tu quem acredita que a minha solidão sabe coisas que tu não dizes?
E até mesmo a língua é uma fome emergindo para respirar dentro de um aquário elástico
E os muros erguem-se...as pessoas atiram copos de vinho para dentro de si
E a minha fome de ti sente o desejo de uma gaiola onde as ondas rebentam
Encontradas as línguas..ardemos numa dor que desaparece num segredo...
Sempre o mesmo segredo...
A deflagrar na escuridão escaldante de uma concha solitária!