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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Sem saber de ti....


Sabia que vivias dentro da sombra alegre do enigma


Silhueta que se eleva numa palavra feita de luminosidades claras


Ergo-me e ligo-me ao fio de onde pende o teu corpo feito de folhas alaranjadas


E não sei porquê...sinto que de nada devo fugir


Que os beduínos do deserto também amam


Que o corpo não tem um lugar onde o espírito durma


Apenas o passado lá figura...como um inicio


Ou como um facto marginal que nunca teve um tempo


E que agora apenas me resta a alegria..fechada num saber de ti


Sem saber de ti....


 

Onde o silêncio espera por ti...


Desconheço a velocidade a que corre o meu tempo


Sei que a fala é a seiva que me atravessa e que se deposita no papel


Depois disso vem a vertigem..a mudez..a cegueira...intacta


No fundo de mim eu sei que me alimento de sílabas...


Íntimas sílabas que nascem nas folhas dentadas dos ulmeiros...


Sento-me e saboreio cada uma...porque hoje


Irei por dentro dessas Jamaicas..ouvir reggae por entre o nevoeiro da erva


Descobrirei nas ruínas dos favos de mel...atropelos de tempos insanos


Místicos como o voo de um corpo que não se detém sobre o Nada


E hoje também fecundarei os murmúrios de um vento híbrido


Onde o silêncio espera por ti...


Como se fosse um tempo dentro de um monólogo.


 


 

Como uma ave que se desfaz num clarão de paixão!


E porque chegou a hora...o olhar saboreia o grito dos aromas onde adormecemos


Talvez as minhas palavras se transformem em erráticos passos


E por entre o voo das águias se embriaguem luzes fulgurantes de transpiração


Talvez as distâncias se reclinem sobre os teus cabelos orvalhados


Talvez eu me transforme numa voz que empurra os barcos


Talvez escutes na ressaca do horizonte as palavras oriundas de outras terras


Talvez fôssemos mais doces nessas terras...onde a boca grita aos sóis...


E as areias entontecem com as gaivotas... e nas ervas se encerram fotos desfocadas


E tu ...despontes em mim...como uma ave que se desfaz num clarão de paixão!