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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Na clausura do tempo...

 


Caminho...caminho como um tempo sem lugar.. . e escrevo asfixias nas vagas...


Restam-me as areias onde a memória se deitou....a vigília insana onde naveguei.. o teu olhar


Sei que a viagem é um caminho sem fundo..uma hora sem sombras....um tecto inclinado


Será possível pernoitar em ti? Escrever-te com sussurros cúmplices? Não contar as horas?


Para isso é preciso que o teu rosto ressuscite no meu..que a tua música me adoce a alma


Que a tua voz se atravesse na minha...


Depois...podemos falar das memórias que buscamos na clausura do tempo....


 

Rosa do Deserto...

 


Caminha o teu odor pela brisa da manhã...


Derramando trémulas centelhas de cores garridas


A chuva molha a quietude das horas...e eu espreito a rua pela janela entreaberta


Penso naquilo que te poderia deslumbrar...


Talvez se te esculpisse como uma estátua grega...


Ou como um vasto botão de Rosa do Deserto...


Poderíamos nós voltar a sentir a primavera...


Que morre na claustrofobia de uma luz uniforme?


 


 

Partida

 


Vejo  o teu corpo deitado sobre a brisa primaveril...sinto a tua luz empoçada em mim


Percorro o teu corredor...espreito por entre a fragrância das tuas coxas..abro a tua porta


Vejo-te como um verão onde se fundiram brisas azuis..escuto os grilos na relva...


Máscaras agitam-se na escuridão...sombreado de luas fundidas no teu rosto..caos cinzento


Um barco sai do porto..as velas enfunadas dizem-me que partiste...


E eu desfaço-me numa cascata de fogo...