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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

A espuma que arde através das memórias


Enquanto o marulhar apressado dos desejos se incendiava


Fiz de mim um prisioneiro da espuma nocturna


A brisa era um arder de noite...uma vista por cima das estrelas espelhadas na água


A água de um negro metálico..parado..manchada pela sombra do cais


Pncendiava a memória com ondulações de luzes alaranjadas


Ouvia música..aprisionada na viela estreita..medusa carregada de azul


E regresso sempre a essa noite das paixões...a essa onda voraz feita de fios foscos


memórias...cânticos...zumbidos de remos na amurada...fogo metálico ao crepúsculo


E a essa voracidade de olhar a vida...a essa brisa que me atravessa


Apenas peço que me deixe ficar ali...


Como espuma que arde através das memórias.


 

A espuma que arde através das memórias.

 


Enquanto o marulhar apressado dos desejos se incendiava


Fiz de mim um prisioneiro da espuma nocturna


A brisa era um arder de noite...uma vista por cima das estrelas espelhadas na água


A água de um negro metálico..parado..manchada pela sombra do cais


Incendiava a memória com ondulações de luzes alaranjadas


Ouvia música..aprisionada na viela estreita..medusa carregada de azul


E regresso sempre a essa noite das paixões...a essa onda voraz feita de fios foscos


Memórias...cânticos...zumbidos de remos na amurada...fogo metálico ao crepúsculo


E a essa voracidade de olhar a vida...a essa brisa que me atravessa


Apenas peço que me deixe ficar ali...


Como espuma que arde através das memórias.


 

Como se fosse o meu poema.


 


Profanei a bússola onde se debruçava o norte


Toquei o rosto opaco do silêncio..já nada me prende aqui


Nem a memória de um mar circular..um mar azul cobalto..fechado em si


Um mar preso nas rochas...um mar caindo das folhas das árvores outonais


Como o colo encantado da feiticeira transparente


Que me atrai como se fosse o meu poema.


 

Breviário VIII

 


Um barco saltou pela minha janela..ancorou na planície para além da maresia


O seu rumo eram outras terras..outro escoar de manhãs


Um chão pequeno que o ouvisse..uma pele sem remorsos


Mas a aurora encontrou-se com o lodo...e o rio ficou feliz.


 


 


 


 

Breviário VII

 


 


Vive em mim a espera de um passado errante


Divido os dias para além de mim


E tu és o êxtase..


O vento que fustiga a alma de uma dor cantante


Um amuleto que uso sem nada possuir


E que mesmo em vão... persiste em  ficar aqui.


 

Os dias em que não sentes dor...


Não digas nada...deixa jorrar os dias em que não sentes dor...


Deixa-os escapar pelas frestas das janelas....escorregar pelas paredes..beijar as fotos antigas


Consegues ver a lua refletida nas fachadas? E do teu poço profundo ainda jorram agonias?


Os teus olhos ainda estão negros de insónia?


Sabes porque ainda sentes a ausência do mar ?


Deixa o vento matar saudades do teu corpo..foge ao longo da maresia profunda...


Agora és tu que estás aqui...mas por quanto tempo te reconhecerás?