Porque é quase noite...
É no abandono da tua sombra que dizes: procuro-te
É no dia em que atravessas todas as cidades e tacteias pássaros
Que te sentes o nómada de ti...
Mas também tocas na geometria despida dos mares
Porque de pálpebras cerradas sentes os dedos colados ao silêncio
Não queres saber de vitórias nem de ermos gravados na pedra
Apenas queres um azul que te percorra os abismos da alma
Ou um destino escrito na folha de papel rasgado
Porque é quase noite..
E precisas da melancolia que chega à praia tatuada pelas marés.