Deixa que a serenidade da tua carícia se quebre na minha alma
Há uma labareda que queima o vento
Um vapor de cores geladas adeja na mansidão do voo das andorinhas
O sonho tece as manhãs com alamedas desfolhadas
Penas suaves desprendem-se das flores do sonho
Subimos pela palidez de Março..vamos ao encontro do sol e da espuma
Mas há um gelo que queima a luz nua das manhãs
Um vapor de onde emergem rosas frescas
Há frémitos a crescer nos sonhos...palavras a nascer nos versos
Barcos que cantam em pleno dia
Escândalo de jornais onde a banalidade treme de prazer
Ai esta máscara a acordar-me para as flores entreabertas
Ai este flagelo das vozes irreais
Delírios de felicidade aquecem o teu cheiro...aquele que ficou nas minhas mãos
Vamos acender o nosso candeeiro..
Vamos atear o nosso sol despido da pálida neve da ilusão
Por favor..deixa que a serenidade da tua carícia se quebre na minha alma
Como um aflorar de bosques caprichosos
Onde a melancolia morre na tarde rasa de água.