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folhasdeluar

Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

Coisas que não devemos esquecer

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Esta foto tirada pelo fotógrafo moçambicano Ricardo Rangel, conta a história deste rapaz no tempo do colonialismo.

Esta criança era um pastor de vacas, regressou sem uma vitela,e o patrão branco gravou-lhe na testa esta marca , com o ferro em brasa de marcar o gado.Há coisas que nunca se devem esquecer, não para que vivamos em ódio, mas para que não voltem a acontecer.

 

Desloca-se a vida

Desloca-se a vida por dentro dos espaços azuis. Há uma manhã a cair sobre este rio para onde correm os meus olhos. Há folhas de árvores descendo a corrente.E o sono terno das aves foge com o vento. Eu, que também fujo da humidade desgastada das memórias abro as mãos onde um pequeno raio de sol incide.E transforma a minha imensa manhã solitária numa fonte de olhos castanhos onde eu bebo o repouso do esquecimento.

 

OS NOVOS LÍDERES

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Nenhum animal voa só com uma asa. A liderança talentosa só ocorre quando se junta a cabeça e o coração – o sentimento e o pensamento. São as duas asas que permitem que o líder voe. Poder intelectual e clareza de pensamento, são características que colocam qualquer pessoa à porta de posições de liderança, sem estas capacidades imprescindíveis , não se pode entrar. Contudo o intelecto só por si não faz um líder. Um líder - concretiza visões, porque cria motivação, orienta, inspira, ouve, convence – e gera ressonância . O intelecto não é um deus, não tem personalidade, não consegue liderar, só consegue servir e seguir. O líder deve desenvolver a autoconsciência, esta facilita a empatia e o auto domínio; são estes dois domínios, em conjunto, que permitem uma gestão eficaz das relações. A autoconsciência é a base de tudo, se não tivermos consciência das nossas emoções, não somos capazes de as gerir e também não temos capacidade para apreender as emoções dos outros. Os líderes sem empatia estão inconscientemente dessintonizados e atuam de formas que causam reações negativas. A empatia, qualidade que inclui a capacidade de ouvir e compreender a posição das outras pessoas, dá aos líderes capacidade para se ligarem aos canais emocionais dos outros de forma a gerarem ressonância. Por outro lado se não conhecermos as nossas emoções não as podemos gerir e em vez disso são as emoções que tomam conta de nós, isso é bom se se tratar de sentimentos positivos como o entusiasmo ou o prazer de afrontar um novo desafio, mas os líderes não podem permitir que as emoções negativas, como a frustração, a raiva, a ansiedade, o pânico, os controlem. Como as emoções se transmitem ao grupo, a principal tarefa do líder é manter as emoções debaixo de controlo. Nenhum líder é capaz de gerir as emoções dos outros se não souber gerir as suas, o que não quer dizer que os líderes não tenham problemas pessoais, só que as preocupações da vida privada não podem contagiar as relações profissionais. Normalmente as pessoas desagradáveis causam irritação aos outros, os quais, por sua vez se tornam agressivos, no entanto se o “agredido” responder num registo positivo, a pessoa conflituosa não consegue manter a sua estratégia. Se o chefe consegue manter o controlo sobre os impulsos e as emoções, e por isso cria um ambiente de confiança, bem-estar e justiça, isto transmite-se ao grupo, já que ninguém quer ser conhecido pela sua agressividade num ambiente em que o chefe se impôe pala calma. O líder deve ser transparente, a transparência ( franqueza com os outros a respeito das

nossas crença, acções e sentimentos próprios ) permite atitudes íntegras e transmite a ideia de que se pode confiar no líder.

baseado no trabalho de :

DANIEL GOLEMAN – RICHARD BOYATZIS – ANNIE McKEE

OS NOVOS LÍDERES

 

 

O Homem

É preciso que o Homem acredite em deuses e monstros, em anjos e demónios, porque só assim encontra modelos onde se inspirar.

 

AsTrês Marias

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No terraço o alecrim que vivia nos vasos regados pela cacimba alumiava a noite com o seu aroma de doçura. Em frente, no escuro as Três Marias subiam num céu opaco. Era o tempo da floração dos hibiscos e nas sombras desarrumadas das pereiras apareciam vestígios de gatos noturnos.Os insectos embriagados pela luz mortiça da casa cresciam como incertezas. Havia ainda o silêncio dos livros nas estantes.Havia o pólen sufocante dos limoeiros em flor. Eram momentos em que o pensamento acendia o seu lume e o tempo corria pelos corredores silenciosos da casa.Era um tempo desarrumado que repousava nos rostos agónicos que pendiam das paredes.Havia a incerteza das sombras que espairecia pelos recantos da noite.Os grilos evocavam o perfume da insónia.Dormir era perder tempo.Dormir era o desencontro com a aves nocturnas. Havia um toutinegra que fazia casa na garagem, era um nicho acolhedor onde eu gostava de brincar aos encontros com personagens que só eu conhecia.Dentro e fora de mim havia estrelas, céus feitos de casas coloridas, soalhos de açúcar e chocolate. Um dia soube que tinha crescido. Que as minhas mãos eram agora feitas de sombras e perdas.Que as minhas calças já não tinham vestígios de terra nos joelhos.então deixei cair os olhos sobre o jardim. Esperei que os amores-perfeitos se embriagassem e deles irrompessem pessoas com estames nos cabelos.Soube que a marcha da noite se parecia com um lençol sujo de estrelas.Subi os degraus que davam para o primeiro andar da casa.Aspirei todos os aromas da noite e estendi-me no chão do terraço como se fosse a vida a secar as águas salgadas dos olhos.

 

Ouves todas as palavras

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Ouves todas as palavras que te atravessam como uma vertigem.Sentes a lembrança de um tempo que não se repete. É tão raro escutares os sons da vida quando a tua alma desemboca num cais desconhecido.Mas estás vivo. Estás vivo para além de toda a serenidade da foto onde vês a tua juventude sem rosto.Ficaste isolado num tempo de cipreste apontando o céu.Devoras agora a tempestade que te assola.Cantas sobre a saliva que sai da boca estranha do tempo e esperas serenamente pelo regresso das violetas.Enquanto viajas para além da concha que se fecha como uma máscara feita de jade.

 

Deixo atrás de mim um rasto de água

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Deixo atrás de mim um rasto de água.Sigo agarrado ao fio que segura as margens do sufoco.E tu, lembras-te que eras a força do que existe para lá do infinito? Que eras a minha imaginação reunida no teu corpo? E o mar onde rumorejavam sombras de aves salgadas vinha até nós como se fosse tanta coisa que calávamos. Trazendo dentro da lembrança a ilusão da eternidade onde imaginávamos possuir todas as palavras.

 

 

Hoje é o Dia Mundial da Consultadoria de Imagem

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Hoje é o Dia Mundial da Consultadoria de Imagem

Eu, como bom respeitador de todos os tipos de dias mundiais, foi consultar uma profissional para me aconselhar. A primeira coisa que aprendi é que agora já não se diz combinar as cores, as roupas....etc., diz-se coordenar.

Fiquei então a saber que os meus chinelos de quarto castanho-caganeira não se coordenam com o meu roupão azul-chocado.

Que o meu sorriso amarelo-deformado não se coordena com o meu rosto verde-plástico

Que os meus perdigotos azul-ranço não se coordenam com com os meus olhos branco-embaciado.

Que a minha saliva cinza-descorada que se me cola aos cantos da boca(tipo Gerónimo de Sousa), não se coordenam com os meus dentes preto-esburacado.

Que a minha camisola verde-triste não se coordena com a minha pele azul-pálido.

que os meus sapatos côr-de-otário não se coordenam com as minhas calças bege-afunilado.

Bem ,saí de lá com uma nova imagem de mim, agora é andar para a frente e coordenar a minha carteira côr-de-teso com a minha vida côr-de-palhaço.