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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

As perguntas difíceis das crianças#2

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Tiiio...Quem é Deus? uffff eu que não fui bafejado com o bafo da fé a ter que explicar a uma menina de cinco anos quem é Deus...bem...imagina que gostavas de ter uma boneca, só que era uma boneca que tinha que ser inventada por ti...os olhos, o cabelos, o nariz a boca e até a roupa, Deus é o mesmo, é a imaginação das pessoas que o inventa e ele passa a viver com elas, tu também podes inventar um Deus..pensava eu que tudo acabava ali,mas...tiiio e Deus é o avô do Jesus? As pessoas imaginam que Deus é pai dos nossos pais e que também era pai da M aria e do José, assim ele é o avô do Jesus- respondi eu...tiiio..mas a minha avó Julieta disse-me que o José não era pai do Jesus. Ah isso foi porque a Maria num dia em que estava muito vento, saiu à rua e engoliu uma semente depois disse que aquela semente tinha crescido dentro dela e que era o Jesus...a até hoje as pessoas acreditam nisso.Tu também eras uma semente que estava dentro da tua mãe só que o teu pai teve que ir regá-la.Tiio..e o Pai Natal é o avô de Deus? Meu Deus...livra-me desta enrascada e eu torno-me crente...não - disse eu - o Pai Natal é um amigo de Deus...é assim como se fosse um primo... sabes que também tens um primo...é assim que é Deus e o Pai Natal.Tiiio...ufffffff que mais virá agora..pensei. Olha aquela senhora com um cão..( ela adora animais e era uma cadela), posso ir dar uma festinha? Podes ..pede à senhora, ela pediu a senhora disse que sim ela estende a mão, mas antes de dar a festa pergunta o qual o nome da cadela...Julieta..chama-se Julieta...a menina olha para mim com aqueles olhos do tamanho de duas luas castanhas, torce o narizinho e diz que já não quer dar festas à cadela. porquê pergunta a senhora? Olha puseste o nome da minha avó ao cão(cadela) não sabes que isso é feio? A senhora embatucou, ficou vermelha, seguiu o seu caminho e nós fomos dar festas aos burros.

 

 

Os jardins floridos da imaginação.

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 (imagem Annie Leibovitz)

Atravessas a madrugada deslizando pelo abraço da noite

Esvoaça a pressa que trazes dentro da translucidade nua da luz

És um olhar...um restolho com odor a nudez

Não sabes se trazes dentro de ti a noite ou o relâmpago que te incandesce

Mas há em ti o imenso esbracejar da aragem..o voo da ave...um leve receio

Quem sabe se um dia a inquietação se afoga no teu lago cintilante

Quem sabe se um dia não serás a folha...o limbo..a nudez que se arrasta pela alvorada

Perdimento e pressa que jogam aos abraços nas fissuras de um sótão vazio

Intrépida ave que resplandece dentro de si mesma

Como se fosse a angústia voraz...a garra afiada...o clamor dos caminhos

Levantas-te e abraças o zunido que te arranha os dias

Conheces o sabor da cicuta...aquele sabor que desliza pelas silvas

E que se afoga numa insondável voragem de mundos estagnados

Mas também sabes que ao bico feroz da morte nada deves

E por isso cada dia..é o canto da toutinegra...o aturdimento

A asa que regressa sem receio do mundo

A trave antiga que suporta o teu abrigo..o teu desgaste

Mas sabes que é preciso romper a estrada..vogar na torrente

Ser um bico curvo e intrépido...

Que trespassa as aragens fortes que sopram no teu quarto

E te transportam para os jardins floridos da tua imaginação.