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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Nos dias de hoje qualquer um se pode tornar viral

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Nos dias de hoje qualquer um se pode tornar viral. Por exemplo, um casal resolve fazer amor numa esplanada,(estas coisas acontecem), dantes chamava-se a polícia por atentado ao pudor, hoje fica a malta toda a filmar para postar no You Tube. Só que ninguém imagina os problemas que o seu acto vai trazer ao casal, é que nunca mais podem voltar àquela esplanada...têm que escolher outra para fazer sexo. Outro caso é o daquele tipo que resolve assaltar um banco, ou rebentar com uma caixa multibanco, se tem o azar de ser filmado lá vai aquilo parar às redes sociais, mas o problema maior é que ninguém sabe quem ele é porque está com a cara tapada...imaginem o desgosto do homem.Aqui há tempos,(até fico arrepiado quando falo nisto), caiu um vaso com flores que estava em cima do meu muro, para dentro do quintal da vizinha. Como ela não estava, saltei o muro e fui buscá-lo. Agora vejam lá se alguém me filma, lá estava eu tramado. Não seria menos que isto: homem salta muro para roubar vaso de flores,ou pior... homem salta muro para ir ter com a vizinha, ou pior ainda...homem salta muro para ir ter com a vizinha e no regresso rouba-lhe vaso de flores. É isto os dias de hoje...o telemóvel transformou-se numa arma perigosa.

 

 

Agora a tua alma voa.

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 (foto Ansel Adams)

 

Embala-te a perfeita harmonia do sussurro do vento

Enredas-te nesse mar onde os afectos infectam a distância

Coração a engolir silêncios..névoa e algema

És a metáfora enredada na palidez dos pressentimentos...

Como um novelo de vida magra..diante da tua perplexidade de criança

Há em ti um engolir de revolta...um aturdimento perante a rejeição dos dias

Quebras a mordaça e enches o coração com a luz quebradiça do crepúsculo

Engoles a ferida..ignoras o mar revolto..és apenas um peito a procurar outro peito

Ao final da tarde inclinas-te sobre tudo o que te pasma

É a palidez do pressentimento...a meada que desenrolas...meticulosamente

E todos os teus recantos se iluminam..voas..

Passas as mãos pelo rosto exangue...quebras todas as esquinas

E não encontras densidade na cintilação dos sentimentos

Queres regressar à caverna das feridas..aquelas que tu abriste...rasgaste

Com um estilete que te queima a palidez...

Depois... sabes que o chão não existe

Agora a tua alma voa.