Deito-me rente ao mar..
No caminho da memória escolho beber o sono
Entre os dedos o ar corre sôfrego...amor e solidão encontram-se nesta praia deserta
Na boca sente-se a ausência dos olhos cintilantes...o tacto devora o vazio
Afinal...basta-me inventar o teu corpo de cidade submersa
Basta-me beber o teu sono..que não sei onde dorme mas que permanece em mim
Invento também a chuva e a erva verdejante onde bebemos o orvalho das manhãs
Deito-me rente ao mar...como uma folha seca que passa pelas ruínas da solidão
Ouço uivar as rosas...ouso abrir os olhos e encolho os dedos...
Cravo-me...com unhas latejantes
Volto ao início doutra cidade..para te encontrar de novo
E para te dizer...que os fragmentos do que fomos ainda me acompanham...