A noite transformou-se num espaço sem espaço para o tempo...
Não toco no fantasma que me olha no espelho...à minha volta ardem tochas no espaço
Negras nuvens agarram-se ao luar...fontes imaginárias de um céu gasto
Quantos pingos de chuva estão submersos no mar?
Quantas explosões de luz eclodem na rebentação das ondas?
O soalho de madeira gasta transforma-se em risos que se agarram às paredes
Entra o aroma das marés pela janela do quarto...
Um círculo de luz acobreada foge ruidosamente
Há tições espalhados no chão...solenes risos atómicos explodem nas nossas cabeças
Tudo corre em direcção a um ponto imaginário...
E tal como acontece os pescadores de pérolas
O tempo arrefece dentro de um copo de vinho...o silêncio é absoluto...
A maresia arde nos olhos...e nós errantes seres... seguimos dentro de uma luz dourada...
A noite transformou-se num espaço sem espaço para o tempo...
Em todos os quartos rebentam desesperos...amores enraivecidos...explosões de sémen
E lá fora..o mundo desapareceu em nós!