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Há uma maneira de dizer as coisas..um sol que respira nas mãos calejadas
Um caminho onde os espelhos me mostram os sentimentos das tardes
Sento-me sozinho..contente..e descubro que os outros são estranhos seres alados
E é exactamente por isso que estremeço na minha cadeira de verga-desbotada
Podia ser um cego que caminhasse pelo olhar dos mortos ao fim da tarde
Mas sinto-me mais como se fosse uma palavra que não sei dizer
Sou a apóstrofe dos astros e vivo como sempre fui..um devorador de luz
Um amarelo-ensanguentado..um acendedor de seivas..sibilino e desengraçado
Conheço também as penumbras e os factos que os lilases escondem
Nas minhas costas crescem casas desabitadas...mortificam-me esses lares inseguros
E na minha frente estão as palavras que não consigo escrever...avanço de folha em folha
Descubro no branco estagnado das linhas o começo das sombras
Não desejo nada..sou como muitas outras pessoas...uma cor feita de claridades
E por muito que pense no destino..
Pairarei sempre como um sino sobre um manto de ossos
Concerteza que as coisas darão pela minha ausência..
E a loucura preferirá lavar-se noutra água
Eu...só darei pelo medo quando o meu pensamento pestanejar dentro de uma redoma
E mesmo assim...o mais certo é levantar-me e caminhar pela casa..nu como um dia frio
Penso que me sentiria bem
Se a penumbra me elucidasse sobre as raízes que me fortificam
Dou voltas e voltas a mim..e sonho como um camaleão..devoro-me totalmente
É uma boa maneira de dizer que estou aqui...
Esta ou outra tanto faz..
Gosto que as minhas palavras se escoem pela luz da tarde
E que no sossego dos sonhos viva uma outra vida...talvez a vida de um plátano
Que usufrui do sol..mas dá sombra...