Imprimimos os nossos rostos no vagar dos pássaros...
Imprimimos os nossos rostos no vagar dos pássaros...
Voámos no sentido longitudinal de nós
Fomos crer e dança acrobática..fomos lágrimas verdadeiras a sulcar a pureza da tarde
Nos teus olhos pousei o meu sorriso feito de searas
Nas tuas mãos descobri versos...eras a misteriosa Safo...
E eu percorri esse teu rio de palavras...e na plena harmonia da manhã...
Foste o claro mar que afaga os gestos...
Era o tempo em que flores azuis despontavam na brisa matinal
E era o tempo das roupas húmidas e da espuma vagarosa que corria pelas velas brancas
E sabíamos que por dentro da dor imensa das palavras..adejavam letras...versos..textos...corpos
E sabíamos decifrar os hieróglifos da alma...
Percebíamos que qualquer pedaço de amor era uma vitória sobre o desencanto
Era um emoldurar de paisagens opalinas...uma dor roída pelas rugas dos dias
Uma versão inacabada de todos os musgos que penetram na bruma das casas
E consomem os dias..e consomem o frio..e consomem o postigo por onde te espreito
Deixando um rasto de névoa... na penumbra adocicada do teu perfume
Para que eu saiba que foste tu...
Que aqui estiveste...