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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Passos escorrem pela órbita sintética dos dias

Passos escorrem pela órbita sintética dos dias

Da nossa máscara sairá um ódio...ou um lamento

Sob os tectos ávidos de infinito...a morte veste-se de luz

A neve tilinta num brilho que ofusca as pedras

Enquanto nós..copiamos vidas..experimentamos fogos...mordemos urgências

A nossa língua beija os fantasmas que circulam pela nossa pele

No nosso sono o medo diz-nos que é urgente escrever o nome do consolo

A nossa língua beija a sorte...beija fotografias onde não está vivalma

Mas continuamos a juntar dentro da nossa verdade...

Os tijolos que nas fazem sentir construtores de infinitos

E enquanto as plantas dormem na música dos astros

Enquanto a incoerente solidão se despeja pelos nossos soluços

Fechamo-nos..como miolos de sangue enfastiado

Como corpos presos na gravidade absoluta dos dias

Como risos de mares que se escoam pelas tardes

A rir dizemos que nascemos de novo...que somos novos...que temos brilho

Mas o vento...corre como se nos dissesse que somos herméticos...baixos..lunares

Que manchamos a vida como esboços de aguarelas sedentas de cor

Como disfarces de uma luz que morre na sala de jantar

Como paisagens que sobem pelas colinas...como simulacros de luas despovoadas

Como se já não vivêssemos na divisibilidade incoerente da nossa alma...

 

 

Gosto de sentir que existem dias de sorrisos

 

Gosto de sentir que existem dias de sorrisos

Gosto de conhecer a côr das tentações...e da areia a desfazer-se em longas ilusões

Gosto dos mistérios..da forma como o silêncio fala..e da bruma que se cala

Gosto do outono...e de pousar nas folhas caídas... o meu olhar morno

Gosto da maneira altiva das flores a florir... das gavetas fechadas..das cartas por abrir

 

E da modéstia que nos ensina a não sermos nada

 

Voar num chá...ensurdecer de amor...e perguntar à chuva pelo tempo do calor

E depois..comer castanhas..beijar geometrias..espantar-me com as teias das aranhas

Seduzir as mágoas..patrulhar as águas...ver nos nós da madeira...a perfeita idade das tábuas

E nos olhos dos gatos...ver todo o mundo dos egípcios..ver mistério..ver precipícios

E acabar sentado no alpendre..ao fim do dia...ao fim das cores...

Dormente!

 

Os Vegans e os químicos

 

Admiro os Vegans, admiro a sua coragem de não consumir produtos de origem animal, só não percebo porque é que gostam dos sabores dos produtos de origem animal, fomentando assim uma indústria de produtos químicos que possam fazer com que os produtos naturais tenham o sabor dos produtos que eles não querem consumir, os de origem animal...como é o caso dos queijos veganos...

 

Nos teus braços dormiu a noite...

 

Nos teus braços dormiu a noite..única...intacta...

Num prado feito de esperança...silêncios te esperavam

Eterna como as flores que secaram na mesa ilimitada do amor

Nem o teu sorriso se apagou..nem o pardal se esqueceu do estio

Apenas tu..e a rouxidão opulenta da tua boca..

Me falaram dessa festa escondida no areal...

 

Olhamos a profundidade do horizonte...

Estamos no topo da página que cruelmente nos fala do que já não somos

Estamos no cimo assombrado de uma certeza que se esborracha na nossa cara

Vemos os sorrisos que se cruzam nas esquinas incolores

Vemos a imundície dos corpos a derrapar nas avenidas..a cruzar as ruas...a cair de tédio

Olhamos a profundidade do horizonte...a todo o custo queremos saber se já somos outros

Queremos saber se a fantasia ainda se agita na nossa imaginação

Se o nosso corpo ainda é uma obsessão adolescente

Se os nossos olhos ainda queimam as rosas dos dias

Se os nossos olhares ainda baloiçam nas vagas de um mar sagrado

Se no fim das ruas não está a derrota..cruel...voraz...inconsentida

E sabes que não queres ser um naufrágio sentado numa cadeira de baloiço

Sabes que ainda agora sangraste o medo de seres lágrimas e choros

Sabes que a tua vida vai desaguar num lago

Perdido e cego por uma visão lunar..apocaliptica

Sabes que a tua vida seguirá em todos os sentidos...

Que a chuva que te encharca cairá em todos os lugares

Que das profundezas do mar se erguerão vagas de veludo..

Adocicadas irão lamber o teu corpo insatisfeito...

Como imperceptíveis tatuagens que te dirão que chegaste à saliva das ilhas

E que sobreviveste ao assombramento acerado das flores

Como um profundo sonho..magoado pelo uso dos dias difíceis

Envelhecido nas imagens de fotos antigas...

Vês o teu futuro...vês essa coisa que se agita para lá de todos os teus sentidos

Vês esse sangramento de solidão ...ancorada nos barcos saídos da infância

Que descem os rios..contornam os cabos...

Da boa desesperança....