Há em mim uma cidade oriental...
Há em mim uma cidade oriental...uma lâmpada acesa...um azul
Um canto divino... celestial..uma rua...um sonho..uma penumbra
Há em mim uma nascente multicolor...uma história...um vermelho...um tapete voador
Há em mim uma Alma...um Destino...uma joia que não sei compreender
Sai de mim um fumo enegrecido...um abismo..uma falésia...um friso....um rio...uma íntima sombra
Longe de mim ...procuro-me...lá longe onde sei que não estou
Nas florestas...nos ruídos..nas verduras...no mundo imutável das memórias
Nos areais pressinto rios...civilizações..mundos alagados...interrogações
Da Eternidade saem fantasmas ajoelhados...subindo tronos feitos com hálitos prateados
Bebendo castos o tempo da memória...os mastros deitam-se em palácios
Como se se erguessem dos sonhos da vitória
Há em mim janelas..casas..portas que o tempo arremessou
E nas costas escarpadas dos enigmas...ouço cantos...febres..cais longínquos
Impacientes procissões..estradas asfaltadas...vejo milhentas mãos arruinadas
E também vejo... lá ao longe...a ténue melancolia das ramadas...