Quem lê não mente
Quem lê não mente*(pelo menos enquanto está a ler),só por isso já devemos amar os livros,mas o que procuramos nos livros? Distração? Histórias que não vivemos mas que gostaríamos de viver? Ensinamentos? Nos livros há prantos, flores de todas as cores e até inexplicáveis sentimentos que não sabemos sentir sem estar a ler. Há lágrimas nos livros e choros de luzes que se afogam nas páginas que lemos. Os livros são uma protecção contra a falsidade dos momentos em que somos apenas uma personagem invisível, ali, no livros estamos nós, somos o nosso próprio espelho e há tantos livros como espelhos, há tanta sabedoria nos espelhos como nos livros que espalhamos pelo nosso dia-a-dia. Quando começo a ler um livro tenho sempre esperança de que ele vá mudar algo dentro de mim, por isso posso falar de esperança quando inicio alguma leitura.É claro que todas as palavras e todos os livros nascem do interior de quem escreve, mas quantas vezes não estamos nós ali, alimentando-nos daquela história, comendo aquelas frases, bebendo aquelas personagens? Eu acho que os livros são fotografias de situações, de pressentimentos, de objectos parados na imensidão da nossa memória, é por isso que se pudéssemos agarrar a luz, ela certamente se condensaria na página de um livro, como se fosse uma emoção que nos iluminasse...
* frase extraída do livro "O livreiro de Paris"