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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Não é só o combate aos fogos que é preciso...temos que pensar nas populações

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 (Aldeia de Álvaro, Oleiros - 2013- aqui arderam 40 casas, - foto própria)

 

Agora que o governo começou a tomar medidas para resolver o problema dos incêndios, é tempo de pensar nas populações. Todas as medidas de que se ouve falar tratam do combate aos fogos, mas há que pensar nas pessoas que vivem nas aldeias, por isso deixo aqui 4 pontos que acho serem fundamentais para que mais ninguém morra por causa dos incêndios a saber:

1 - Os bombeiros devem dar formação às populações para que estas saibam o que devem fazer para se defenderem dos fogos

2 - Devem ser contruídos depósitos de água nas aldeias, para que as pessoas se possam defender até que os bombeiros cheguem.

3 - Devem ser construídos abrigos em betão,com máscaras de oxigénio para que em último recurso as pessoas se possam abrigar dos fogos.

4 - Deve ser criado um perímetro de segurança(sem árvores) em torno das aldeias, para prevenir o avanço dos fogos.

Penso que com estas medidas ninguém mais morrerá devido a este flagelo.

 

 

 

Nos degraus mudos avistámos a sombra da noite

 

Nos degraus mudos avistámos a sombra da noite

Perdemos o sabor das palavras..esquecemos o choro das sílabas

A nossa voz era um fio por onde deslizava o segredo magoado das casas

Como um osmótico dragão a correr nas veias do tempo

E se um dia a tristeza florir como uma rosa

E se um dia bebermos desse tempo caprichoso das cerejas

Todas as paisagens serão mundos novos à espera dos dedos inflamados do mar

Mas se a sofreguidão que brilha em nós já não nos assusta

E se os compêndios disfarçam névoas e saberes

Se no nosso ventre se acumula nojo e prazer

É porque avistámos o nosso corpo náufrago..despido...

Como se vivesse num túnel feito de lendas e séculos

E mesmo que a bomba de neutrões faça calar a ambição dos bêbados

E mesmo que a morte se deite em divãs de seda

Dentro de nós surgirá a infusão apocalíptica dos  muros destruídos

Dentro de nós surgirá a volúpia de sermos sagrados

E náufragos...e secos..e maus...

E escassos!

 

A surpresa da leitura

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O que nós aprendemos com a leitura...este livro é composto por entrevistas a vários escritores, aqui eles descodificam os motivos e as razões subjacentes à escrita dos seus livros, mas há outra coisa que me faz escrever este post. Há muito tempo que as vozes de espanhóis e americanos me incomodam,não sei porquê, mas não gosto da maneira como falam. Neste livro, na entrevista ao escritor americano Oliver Sacks, ele caracteriza o falar dos americanos, eis o que ele disse: "os americanos falam mais alto que a maioria da pessoas, é uma espécie de grasnar"...e fez-se luz na minha cabeça, é verdade os americanos não falam, grasnam..agora só me falta encontrar a palavra que caracterize o palrar dos espanhóis.

 

 

 

As crianças e os refrigerantes

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Olá pais...

Se eu vos perguntasse se dariam aos vossos filhos um copo com água e a adoçassem com 7 pacotes de açúcar, provavelmente vocês (perante o absurdo da pergunta achavam que eu estava noutro planeta),e claro que responderiam : -NÃO - acompanhado de um : - este tipo deve ser parvo. Pois é...mas o que muitos de vocês não sabem é que sempre que dão um refrigerante a uma criança é precisamente isto que estão a fazer, a dar um copo de água ( a água é a base do refrigerante),acompanhada de um corante para dar sabor e para adoçar nada menos que uma quantidade de açúcar igual a 7 pacotes.

O que me faz admirar e escrever este texto é que estes dados são da Direcção Geral de Saúde, eles sabem disto e não fazem uma campanha para informar as pessoas, e porquê? Porque as multinacionais que produzem estes refrigerantes têm muito poder...só pode ser isso...

 

 

Há sempre um outro além..

Há sempre um outro além...uma outra humidade magoada pelo teu silêncio

Há sempre uma insónia a espreitar pelas frestas magoadas do tempo

Há sempre mais uma rua onde o musgo revela os teus segredos

Há sempre um lugar tranquilo onde os pinhais não ardem

Há sempre uma caligrafia inacabada...uma pequena letra que bebe a destreza das mãos

Há sempre um interior em cada traço da alma..uma via láctea encardida...

Há sempre um gemido multiforme...um apóstrofo de ti...uma debandada de imagens

A correr..a correr pela estridente via lunar..a buscar especiarias de sangue e fel

A despertar na psique da terra...como um rumor de espera sem lugar nem tempo

Como uma varanda onde as aves se deitam com olhares loucos

E o lume aceso... a tez enfunada...o sino apologético que te chama para a batalha

E a mão que transmite o calor da carne esquecida pelas hélices do sol

E o poente a dividir ao meio os corpos longínquos do mar

A fulminar as trevas que se entreabrem na noite..como cataclismos...como festins opacos

Como flores que se espalham pelos dias floridos...no silêncio dos aromas...

Que sobem...que vão subindo...como bolas de sabão...

E de Vida.

 

 

Estamos todos parvos?

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 (Foto retirada da net)

 

Há um sentimento que me assalta sempre que viajo nos transportes públicos ou vou a um restaurante, fico sempre com a sensação de que estamos todos parvos, ou..alienados. Custa-me a perceber que as pessoas passem a viagem, ou a refeição debruçados sobre o telemóvel. Sempre que alguém se senta a meu lado a primeira coisa que faz é tirar a maquineta do bolso ou da mala e vá de passar o tempo da viagem a consultar banalidades. Uma vez sentaram-se duas senhoras ao meu lado e passaram a viagem a debitar desgraças,(deviam estar a navegar pelo correio da manhã), e o pior é que temos que gramar aquilo. Um destes dias entraram dois polícias no comboio, um homem e uma mulher, e em vez de fiscalizarem as carruagens, o homem passou toda a viagem;(até onde eu saí) a navegar na net. Mas o que me faz mesmo impressão é as pessoas não perceberem que estão a ser manipuladas pelas operadoras de telecomunicações, ainda agora uma propõe que as pessoas adquiram 150 ou 300 minutos de conversa, eu pergunto para dizer o quê? é verdade que eu carrego o telemóvel com 7,50 euros a cada quatro meses, mas isso sou eu que sou um casmurro que não tem Face nem acha que deve mostrar a sua vida aos outros, nem quer saber das coisas que os "amigos" publicam.

 

Dorme a minha mão

Dorme a minha mão na tranquilidade da paisagem que se derrama nesta folha de papel

Dormem os meus dedos na longínqua portada do firmamento

Na doçura estéril do calor... vejo inumeráveis margens de rios

Bebo o café das estrelas...vagueio pelas imediações de mim

Na luz...sinto o diáfano encontro da polpa húmida do teu beijo

E sinto o vácuo da infância a crescer nas extensas áleas do riso

Um corpo...um sopro..uma máscara desprotegida

A memória desfaz-se de encontro ao vasto oceano...

Há um suicídio de Deusas acolchoadas nas baías da eternidade

Não há um limite para o triunfo da morte

Por mais que o sal sopre das colinas

E os barcos inventem rumos bifurcados

Há uma terra inteira a pelejar por dentro da cinza dos olhos

Mortífera amostra de opulentas florestas perdidas

Archote de relâmpagos inventados na redondeza dos ventos

Quem vencerá as folhas caídas do outono?

Que neblina cobrirá os interstícios dos lábios absortos?

Assim se escrevem as cidades..secas...desfeitas...

Passagem transitória para o apogeu dos sonhos

Passagem asiática de gigantesco grito..filho pródigo de Édipo

Elementar fruto da Vida..mãe aflita..redimida por gestos de terra

Se eu morrer a desoras...cubram-me de escamas...

Deitem-me no mar.