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folhasdeluar

Poesia e outras palavras.

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Poesia e outras palavras.

Quando a China despertar o mundo tremerá".

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Mao Tse Tung um dia disse;" Quando a China despertar o mundo tremerá". Penso que não se referia a um qualquer poder bélico,mas sim ao que está a acontecer, com o seu poderio económico. Enquanto no Ocidente esquecemos os ensinamentos dos antigos porque adoptámos a filosofia de que o passado está obsoleto, os chineses viraram-se para Confúcio, e é baseado na filosofia deste magnífico sábio que os chineses fizeram a fusão entre passado, ou seja, tradição, presente, a conquista de outros países através da economia,(veja-se o que se passa em Portugal), e futuro, o domínio do mundo. Ninguém duvide que o objectivo máximo da China é dominar o mundo através da económia. A China "ajuda" e investe no estrageiro vastas somas de dinheiro com o objectivo de controlar sectores chave das economias dos países necessitados. Já o desenvolvimento do deles realiza-se  com o foco nas suas tradições ancestrais, e na disciplina,( ausência de democracia). Quanto às tradições está tudo certo, sabemos que um povo que esquece o seu passado, perde as raízes e sem raízes um povo definha. Já a democracia...

 

Nada se move neste silêncio de pedra

 

Nada se move neste silêncio de pedra

Cada gesto é um peso que carrego pela transparência de mim

A brisa sacode-me dentro de um sol esférico..feérico...reflexivo

As palavras ardem numa realidade feita de cinza e pó

O mar enche-se..os pássaros quebram-se de encontro às falésias

Busco a realidade de um espelho inclinado...tacteio a minha voz minguada

Corrijo o meu reflexo de ave fantasma a respirar o lume das cidades

Quebro-me como se fosse um veleiro sacudido pela cintilação dos rochedos

É possível que o mundo se feche num balão de espuma

E como um esfera soprada por uma criança...

Vaguei numa orgia de estátuas siderais...mudas...

Perante um mar fechado aos homens

Que na na inconsistência dos dias...repetem os nomes perdidos das árvores

Não sou o único que dorme na praia...

Nem serei o primeiro que acorda no regaço dos anjos

Mas sou a brisa transparente de uma memória que me foge

De um rasto que não me segue...de uma solidão que pesco na linha do horizonte

Como um desejo petrificado numa curva saliente da noite

Ou como um longo espaço...em branco....

 

Portugal no seu melhor

Portugal é campeão da Europa...no consumo de calmantes....será por isso que a malta anda toda a dormir?

Diz o estudo que a maioria que consome os calmantes são mulheres...será por causa dos homens?

Agora toda gente fala do jantar no Panteão...será que não haverá mais nada de importante a discutir? Ou será que os politiqueiros acham que o povo não tem mais nada que fazer do que gramar jantares de mau gosto?

Por causa da seca uma jornalista da TVI entrevista um homem que estava a pescar na barragem de Fagilde;( que está a 10% de capacidade), e pergunta-lhe: - em sua opinião porque é que a barragem está assim? Só faltou o homem responder que andava a beber muita água.

A Tecnoforma( empresa onde trabalhou Passos Coelho), foi acusada pelas instâncias europeias de corrupção e  vai ter de devolver 6 milhões de euros...em Portugal o processo contra esta empresa foi encerrado por falta de provas...

Viva Portugal!!!!

 

Espera...há um regresso

Espera...há um regresso

Há um alimento feito com o suor do tempo

Há uma noite em que a mentira se desfaz em vidros límpidos

Onde as miragens tecem mapas no embaciado das janelas

E se quebrarmos a côncava árvore que implora por mais vozes

Se dissermos adeus à febre das luzes

Cada sol será um país de flores...a luz será a cegueira das trevas

E o branco da angústia cobrir-se-á de cores

Será como um arco-íris feito de risos...como uma geometria de ventos

Será um gesto de imprevidente silêncio

Que cai a pique na limpidez do mar...

 

 

Há uma noite fria na face da saudade

 

Todos os dias nos despedimos de nós

A cada hora que escorre pela nossa pele

Há uma noite fria na face da saudade

Há uma agonia que se movimenta pelas nossas veias

Como uma praia que vai dar a todos os caminhos

E pergunto à palavra que mancha a minha imaginação

Se há regresso ao tempo mudo das árvores

Se há um sonho que nasce por detrás do véu da aurora

Ou se por entre os meus frágeis dedos nasce uma estátua

Inerte e velada...gasta...

Pelo dia que tranquilamente se alimenta de mim...

 

 

Entre uma margem e outra

A geada deita-se na testa da madrugada

O mundo sacode a pedra que tapa o coração...os jardins perdem-se no tempo

É junho...nas praias há sinuosas configurações de solidão

Há rutilantes poemas no limiar das marés...a luz solar é apoplética

Sôfregas palavras gemem na emoção das bocas...

Jorram raios de luz pela cortina das nuvens...o coração é feito de sombras

Das emoções jorram polimorfias de segredos...bebemos a paz dos corpos suados

E há uma dor a desgastar o dia...a ansiar por outro veneno..a demolir o fundo de cada um

Entre uma margem e outra amordaçamos as feridas...

Somos peixes que voam pela amplitude dos cardos

Enchemos o acaso com cores impossíveis...existimos como setas quebradas

Fechamos os olhos à resina soberana do silêncio

Dissimulamos o suicídio das memórias..como fotografias agrafadas a nós

Noutros lugares seríamos o botão da flor que desperta para a fantasia

Mas é aqui que estamos...é aqui que afixámos o fundo das nossas gavetas

Onde reside o nosso universo contaminado por sons de calvário

Inexistentes são as mãos...invencíveis como as vinganças de Erínias

Insólito tempo onde cantamos como cigarras combalidas..astrais...costeiras

Que acompanham as pedras da nossa fantasia...

Cansada...

 

 

O ciúme do vento...

Descubro poemas nos confins do universo

Parto sem saber que nau se quebrará de encontro ao sol

Soletro a indiferença das nuvens...o dia é um porto oscilante

A verdade é uma máscara onde as tílias tecem romances

Mas a noite faz soar o ciúme do vento...

Faz lembrar as casas onde a telha vâ solta brados de frio

E as pessoas dormem na solidão dos olhos despertos...

 

 

Os corvos

Neste enigmático dia em que o sol escurece

E o pensamento se quebra de encontro às agulhas dos pinheiros

Por breves instantes vejo os caminhos onde o inverno petrifica as aves

Vejo o límpido acenar dos rochedos...lá longe ...junto aos eucaliptos

Onde os corvos crucitam  lamúrias de guerra

E as plantas se imobilizam num devaneio de fim de tarde...

 

 

Mostrem-me o dia...

 

Mostrem-me o dia...o instante em que adormeci no ciúme das medusas

Mostrem-me o segredo que mora no fundo dos jardins

A humidade do medo....o fundo de um lago sem sombras

Mostrem-me os ossos cansados da ausência...a geada transparente do luar

O ventre inflamado das águas...a luz que tomba de cada olhar...o grito da primavera

Parte de mim escuta o sibilar das correntes ruidosas...cheias de noite e vento

Parte de mim adormece dentro da fantasia das pedras...

Enquanto os astros se erguem...e a poeira trespassa a boca sombria do ar

Eu emudeço... embalado pela música dos búzios...