Sorvendo crepúsculos..
Há um silêncio opressivo na dor que nos espanta
Falamos procurando encher o vácuo da nossa presença... com a nossa voz
Inútil rumor de pedra desgastada pelo vento
Os dias murcham...o sono ignora onde estamos agora....
O quarto respira...vive dentro da nossa respiração
Nós...os que flutuamos no pânico das flores que nos crescem por dentro
Sorvendo crepúsculos...bebendo a nossa própria tempestade
Sabemos que quando o sono não vem...e a chuva cala o silêncio dos telhados
Ouvindo o avião que passa na lonjura da nossa imaginação
Escutando todos os tic-taques dos relógios que nunca têm sono
Sentimos que somos como metáforas feitas de uma claridade aflita...nós de dedos encruzilhados
Bosques improvisados...onde as flores são de vidro
E as manhãs são páginas entreabertas...
Ao nosso flutuar pelos dias...