Cidade de pedra e segredo...
Bailam nos meus olhos imagens vazias como coisas sem utilidade
Vazias...como fotos de vidas guardadas em rugas estafadas
Cidade de pedra e segredo...
Degredo escondido num friso de tempo
Que nos enche os vincos dos olhos
Com transparências de solidão e prata.
Há uma profundidade mágica na janela de um soluço
Há um descolorir de gestos e vento frio
Que acompanha os degraus por onde sobem as ruas dos séculos
Até desaguar em lendas rotas que transpiram segredos.
Corro em bicos de pés como um fim de tarde abstrato
Os meus pensamentos demoram-se na perfeição do gelo
Do pó ergue-se a música fantástica de uma harpa em flor
E eu assomo ao dia com os meus olhos gelados.