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folhasdeluar

Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

Alquimista

Alquimista que corres entre dois sonhos

Vives das cinzas que alimentam as espadas

Constróis o tempo que roda nas praças

Atravessando a noite nascida do sangue

Correndo nas almas que jazem nas pedras

Fazendo dos cardos amuletos de sombras

Morrendo no leito que nada no sonho

Vivendo no sangue que corre no tempo.

E crescemos...

Abre-se o cordão que nos ata à luz atarefada da manhã

Oníricas veias abrem-se ao leme dos tempos esquecidos

Os ventos recortam-se por dentro das memórias

As janelas abrem-se para as feridas do peito

Agarramos na espuma que ondula no niilismo das horas

Cortamos a direito por dentro da maresia

E crescemos... medramos... na insensatez que nos encanta

E vogamos dentro de um beijo terno que nos mata o fogo

Os deuses abusaram de nós... o dia aparece de repente

Vem adormecer a nossa indiferença que mastiga o medo

Na penumbra a nossa boca cresce..o olfacto torna-se um segredo

Os dedos abrigam-se dentro de outras mãos

Somos crianças acesas...a imitar velas acesas...

Abertos à indecisão de sermos fel e peso e barco

Aqui e ali misturamo-nos com a errância das ruas

Esperamos a vinda das flores que agonizaram no inverno

Embarcamos na chuva...na tumba...no amadurecer dos desertos

Cobrimos a cara com soluços de arestas nuas

Vulcão e pele de eternas lutas..esperamos milagres de vulcões solícitos

Que estúpida é a dor do vento que se disfarça de leme e mar

Iluminando a escura porta que se abre para a nossa solidão.