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folhasdeluar

Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

E lá longe...

 

Nos dias em que a nossa memória se liberta da espessura inabalável do silêncio

E que os líquenes das casas se quebram de encontro às ruas vazias

Onde os nossos olhos avistam a costa quântica dos aromas a corpos nus

E lá longe...muito ao longe... despertam milímetros de enternecedoras praias

E nos ermos dos valados a solidão é uma fragrância de medos escuros

Lá onde os corpos já não pertencem aos dias nem às cores dos deuses

lá onde o medo é uma fera encurralada na maresia da noite

E no centro dos nossos olhos há uma muralha de gente ancorada nas docas sem história

Furnas de diurnos sátiros encolhidos no limbo do escuro

Bocejos de sonho e tempo que se revelam na mão adormecida dos anjos

Piares de morte e corujas estelares...acordar de temores e arder de tempos

Quer se libertam nas folhas delgadas das facas

Que cortam as escorrências perfumadas das frutas maduras

Com o seu hálito de fome aberta aos instantes sonoros do que não existe...

 

 

A sabedoria dos povos primitivos...

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Uma equipa de televisão deslocou-se a uma aldeia africana a fim de realizar uma reportagem. Essa aldeia cujos habitantes vivem essencialmente da pastorícia, tem problema de abastecimento de água. Os pastores possuem poços profundos, que para além de se situarem longe da aldeia, exigem às pessoas dispêndio de muita força, uma vez que a extracção da água é feita à força de braços. Perante esta situação um dos repórteres perguntou ao chefe da aldeia porque é que instalavam uma bomba para tirar a água dos poços. O chefe respondeu que se instalassem uma bomba, isso significava mais água, mais água significava mais gado e mais gado significava a necessidade de mais pastagens e que se isso acontecesse, um dia não haveria água, nem gado nem pastagens.

É esta sabedoria dos povos ditos atrasados que os mantém a viver de acordo com as regras da natureza e a manter a paz e o equilíbrio natural. Mas nós, povos desenvolvidos, que vivemos com a ganância de querer sempre mais, não nos preocupamos nem com a natureza nem connosco próprios. Vivemos na ilusão do progresso e nem sequer possuímos o bem mais valioso e mais barato, que é termos tempo para viver de acordo que as leis naturais.